04/08/15

Prefeitos comemoram os dois anos do programa Mais Médicos

Edgar Marra/FNP Prefeito Maguito Vilela discursou na cerimônia de dois anos do Programa Mais Médicos Prefeito Maguito Vilela discursou na cerimônia de dois anos do Programa Mais Médicos

A presidente da República, Dilma Rousseff, e os ministros da Saúde e da Educação, Arthur Chioro e Renato Janine, apresentaram na manhã desta terça-feira (4), no Palácio do Planalto, o balanço dos dois anos de vigência do programa Mais Médicos para o Brasil. O programa, um dos carros-chefe do Governo Dilma, foi lembrado pelos ministros e pela própria presidente por ter sido idealizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

“Quando falamos que íamos lançar o programa, começaram a chegar várias críticas. Eu recebi conselhos para interromper o Programa. Não foram um ou dois. Eram sistemáticos dizendo que nós (Governo Federal) ficaríamos mal com os médicos. Era uma frase muito estranha. Como ficaríamos muito mal com os médicos se nós estávamos lançando um programa que se chamava Mais Médicos? Acredito que havia um desconhecimento básico do sentido do programa, e, ao mesmo tempo em que as críticas vieram um tanto quanto extremadas, eu também tenho a destacar que, por parte dos prefeitos, dos reitores, houve também elogios com muita intensidade”, frisou Dilma Rousseff.

“Nós, ao longo do processo, fomos construindo esse programa. Fomos construindo no sentido de, primeiro, assegurar que houvesse médicos em quantidade suficiente para atender a população. E que população era essa? Era apenas a população territorialmente marginalizada, socialmente marginalizada, nos rincões mais longínquos do país? Não era não! Onde faltava médico? Faltava médico em São Paulo, em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro, e eu posso listar aqui todas as capitais e dizer: faltava médico a alguns quilômetros dos centros das capitais brasileiras. Faltava médico nas maiores cidades desse país. Faltava médico para os quilombolas, nos Distritos Sanitários Indígenas, faltava médico no interior do nosso país”, destacou a presidente Dilma fazendo um retrato da falta de profissionais médicos no Brasil antes da implantação do programa.

Balanço - Em seu discurso, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que houve aumento do número de consultas e redução da necessidade de internações, desde que o programa Mais Médicos foi implementado. “O programa não foi criado só para aumentar o número de médicos, mas para garantir qualidade e humanização do atendimento”, afirmou.

“Houve a diminuição de 4% nas internações, apenas até dezembro de 2014, o que resultou na necessidade de deixar de internar 91 mil pacientes que responderam aos cuidados especiais da atenção básica. Já podemos programar mais de 110 mil internações que deixarão de ser feitas, liberando novos leitos para pacientes mais graves”, disse Chioro.

O ministro da Educação, Renato Janine, também destacou a importância da humanização do atendimento. “O médico precisa se transformar em um especialista em gente”, afirmou Janine, citando o cardiologista e ex-ministro da Saúde Adib Jatene.

Janine lembrou, ainda, que as áreas mais desenvolvidas do país estão nas capitais e no litoral e destacou a importância de levar médicos e educação ao interior do Brasil. “Raros são os estados que têm o interior desenvolvido. Raros são os estados afastados do Oceano Atlântico que têm desenvolvimento avançado”, disse.

Nos Municípios - “Acho que de todos os programas lançados nos últimos governos, esse é o que agradou em cheio toda a sociedade. É um programa nota dez, que atende realmente aqueles que mais necessitam, moram nas periferias das grandes e médias cidades e também no interior dos estados brasileiros. O Mais Médicos veio para contemplar essa camada mais sofrida da nossa sociedade. Portanto, é um programa que já está consolidado como uma política de governo e que agrada 99% da população”, o prefeito de Aparecida de Goiânia (GO) e vice-presidente da FNP, Maguito Vilela, avaliando o Mais Médicos.

O prefeito de Contagem (MG) e vice-presidente de Participação Popular da FNP, Carlin Moura, disse que o programa trouxe grandes contribuições, ajudou os municípios a levar os médicos àquelas regiões mais carentes e distantes. “Temos 55 profissionais do Mais Médicos em Contagem, um município de 600 mil habitantes. Isso cobre em 100% a atenção básica em saúde no meu município. Nesses últimos dois anos a saúde melhorou muito, as pessoas estão sendo atendidas e o programa é um sucesso”, ressaltou o prefeito.

O prefeito de Três Rios (RJ) e vice-presidente de Desenvolvimento Econômico Local da FNP, Vinicius Farah, destacou que a demanda por profissionais de medicina é maior do que a capacidade de as universidades formarem novos profissionais. “Acho que com esse ciclo surge a demanda de mais de 12 mil profissionais em falta no mercado e a médio, longo prazo, com a formação desses novos médicos, eu tenho a certeza que o país está muito bem assistido na área de saúde”, completou.

Ana Luísa Silva de Lima, beneficiária da política de inclusão social do ensino de medicina em Caicó (RN), fez um discurso citando o poder transformador da educação no país. “Estou tendo minha realidade transformada pela força da educação e do sonho. É apostar em um futuro mais igualitário, mais justo, que vale a pena viver. No Brasil de hoje, a neta de um agricultor do sertão do nordeste, ou em qualquer região do Brasil, já pode sonhar em ser doutora.”

Residência Médica - O Governo Federal anunciou no evento a criação de mais 3 mil bolsas de residência médica no país. Segundo o Ministério da Saúde, 75% dessas vagas são para ampliar a formação de médicos especialistas em medicina geral de família e comunidade.

Além disso, de acordo com a pasta, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão prioridade na oferta dessas bolsas “para corrigir o déficit histórico de profissionais nessas regiões”, segundo o Ministério da Saúde. A oferta de vagas faz parte do programa Mais Médicos, que também é voltado para o aumento e melhoria da formação médica.

 

Redator: Rodrigo EneasEditor: Livia Palmieri
Última modificação em Quarta, 05 de Agosto de 2015, 10:26
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