O Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Ministério das Cidades, foi apresentado a prefeitas e prefeitos durante a 88 Reunião Geral da FNP. A mesa, conduzida por Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre/RS e vice-presidente nacional da FNP, detalhou a definição de 187 projetos para ampliar as redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) nas 21 maiores regiões metropolitanas (RMs) do país.
Ao todo, são estimados investimentos da ordem de R$ 430 bilhões, sendo R$ 230 bilhões em metrôs, R$ 31 bilhões em trens, até R$ 105 bilhões em veículos leves sobre trilhos (VLT), até R$ 80 bilhões em bus rapid transit (BRTs) e R$ 3,4 bilhões em corredores exclusivos de ônibus. A aceleração desses investimentos dependerá do modelo de financiamento adotado, sendo os investidores privados via concessões e parcerias uma ferramenta relevante.
Durante o encontro, técnicos do BNDES indicaram as condições para contratação de projetos que contemplam 54 cidades para melhoria do transporte público com práticas sustentáveis.
"Já investimos em ônibus elétricos e vamos ampliar ainda mais essas aquisições. Os veículos são responsáveis pela maior parte de emissão de carbono nas cidades. Então, o poder público precisa dar exemplo com a aquisição de ônibus sustentáveis e de energia renovável. A transição energética é urgente e esse recurso será muito bem aproveitado”, disse Melo.
Sustentabilidade
A implementação de todos os projetos previstos no ENMU resultará na redução estimada de 8 mil mortes em acidentes de trânsito ao até 2054nas 21 RMs. E, também, evitará a emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO2 por ano, equivalentes a uma absorção de carbono de uma área estimada de floresta amazônica de 6.200 km², equivalente a 5 vezes a área do município do Rio de Janeiro.
Outros benefícios incluem a redução do custo da mobilidade urbana em cerca de 10%, considerando sistemas mais eficientes, e o aumento do acesso da sociedade a empregos, escolas, hospitais e áreas de lazer em menor tempo. Haverá, também, a redução no tempo médio de deslocamentos nas cidades, com um impacto econômico estimado de mais de R$ 200 bilhões.
“A mobilidade é um dos principais desafios das cidades brasileiras. Discutir o tema ao lado de gestores de todo o país e do BNDES é uma oportunidade de fortalecer parcerias e buscar soluções que tornem o transporte público mais eficiente, sustentável e acessível para todos", explicou Débora Régis, prefeita de Lauro de Freitas/BA.
Integram o estudo as seguintes Regiões Metropolitanas: Porto Alegre/RS, Florianópolis/SC, Curitiba/PR, Santos/SP, Campinas/SP, São Paul/SP, Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte/MG, Vitória/ES, Goiânia/GO, Distrito Federal, Salvador/BA, Maceió/AL, Recife/PE, João Pessoa/PB, Natal/RN, Teresina/PI, São Luís/MA, Fortaleza/CE, Belém/PA e Manaus/AM.
“Com o estudo, o BNDES contribui com a produção de uma política pública para a formulação de uma estratégia nacional de mobilidade urbana, de longo prazo e sustentável, unindo esforços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras, com um transporte mais eficaz, menos poluidor e mais seguro”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Também participaram da apresentação os prefeitos Rodrigo Neves (Niterói/RJ), Rodolfo Mota (Apucarana/PR), entre outros.









