A Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) promoveu o evento Governança Metropolitana no Transporte Coletivo: Conectando Territórios, encontro técnico para debater os desafios da gestão intermunicipal do transporte público no Brasil, de maneira a melhorar a vida da população e dar sustentabilidade ao sistema. O evento aconteceu nesta quinta-feira, 4/9, e contou com a presença de Larissa Camurça, prefeita de Pacatuba/CE, Átila Câmara, prefeito de Maranguape/CE e João Marcelo Dieguez, prefeito de Nova Lima/MG, além de gestores e operadores do sistema de trânsito da região metropolitana da capital cearense e do governo do Estado.

Modelos de financiamento do sistema de transporte coletivo, investimentos em infraestrutura, modernização na gestão de dados de mobilidade urbana e integração de diferentes modais de transporte foram alguns dos temas levantados durante os debates, que aconteceram durante todo o dia na sede da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (ARCE).

“O usuário ganha muito com um sistema integrado. Em termos de custo, não ter que pagar para usar metrô e ônibus, por exemplo. Um sistema inteligente tem linhas pensadas para otimizar a viagem e o cidadão ganha mais tempo livre, para aproveitar a família, investir em outras atividades, ter lazer”, explicou João Lucas Albuquerque, gerente de mobilidade da FNP.

Estudo nacional

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) apresentou o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, realizado em parceria com o Ministério das Cidades, que está avaliando os sistemas de média e alta capacidades (TPC-MAC) em 21 regiões metropolitanas do país com mais de um milhão de habitantes.

O estudo projeta quais são as necessidades de investimentos em transporte coletivo para os próximos 30 anos, em diferentes cenários, além de criar um banco de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). Resultados prelimitares preveem, por exemplo, que Fortaleza precisará aumentar o sistema de média e alta capacidade em mais de 130 km até 2054.

As localidades contempladas pelo estudo abrangem as seguintes cidades-sede: Belém, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Distrito Federal, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória.

Troca de experiências 

Os secretários de transporte de Goiânia/GO, Tarcísio Abreu, e de Belo Horizonte/MG, Rafael Murta, apresentaram as experiências da governança metropolitana de suas cidades. Goiânia é uma referência em governança metropolitana no Brasil, com um sistema de gestão integrada entre o governo estadual e as prefeituras da região metropolitana da capital com mais de 20 anos de existência. Nos debates, Abreu reiterou a importância do diagnóstico das necessidades do passageiro para que ele use o transporte coletivo.

“Investimos em uma nova frota e em terminais novos, mas a população não estava satisfeita. Só quando implantamos a metronização, que agiliza o tempo de viagem, recebemos um feedback positivo e hoje a nossa cidade recuperou 102% do número de passageiros pré-pandemia”, explicou Tarcísio.

Participantes

O evento foi realizado pela FNP, em parceria com a AMB (Área Metropolitana de Barcelona), e contou com o apoio da ARCE, do Sindiônibus (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará), da Procuradoria Geral do Ceará e do Ministério das Cidades.

Palestraram no evento Vladyson Viana, secretário do Trabalho do Ceará; Dimas Barreira, do Sindiônibus; George Dantas, presidente da Etufor (Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza); Rafael de Paula, presidente da ARCE; Plínio Pompeu, presidente da Metrofor (Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos); Victor Lacerda, gerente de Mobilidade da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos; Cleverson Aroeira e Larissa Muller, do BNDES.