Preocupação comum dos prefeitos brasileiros, o subfinanciamento da saúde é um dos temas que serão debatidos nesta quinta-feira (8), durante a 68ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Mais de 60 prefeitos estão confirmados para o evento, que ocorre em Brasília (DF).
De um lado, os prefeitos convivem com a pressão da demanda por melhoria na qualidade do serviço prestado, do outro com recursos escassos. Os repasses feitos pelo governo federal não estão acompanhando as despesas que os serviços de primeira necessidade têm demandado. Em 2013, os municípios brasileiros aplicaram 22,1% de suas receitas em saúde, muito acima dos 15% constitucionais.
Para os prefeitos também é necessário não perder de vista a busca pelo aperfeiçoamento da qualidade do gasto em saúde, evitando o desperdício e o combatendo à corrupção.
Outro ponto importante é o investimento em educação em saúde para reduzir os principais fatores de risco para as doenças não transmissíveis, por exemplo. Essa ação também impacta no incentivando à alimentação e hábitos saudáveis de vida, que pode prevenir e reduzir a gravidade de muitas doenças.
Na manhã desta quinta-feira (8) foi lançado o IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), em Brasília (DF). A partir de agora, serão 18 meses para construir o maior evento sobre sustentabilidade urbana do país. A solenidade, parte da programação da 68ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), contou com a participação de representantes do Governo Federal, de entidades apoiadoras, parlamentares, além de prefeitos de várias cidades do país.
O presidente da FNP e prefeito de Belo Horizonte (MG), Marcio Lacerda, destacou a importância do desenvolvimento sustentável inserida na agenda dos municípios brasileiros. “Nos últimos tempos tem sido reafirmada a importância do tema na pauta dos municípios e a necessidade de maior protagonismo dos representantes das cidades nas discussões e debates mundiais sobre a questão da sustentabilidade. Prova disso, foi a participação de 60 prefeitos reunião com o papa Francisco, no Vaticano, para discutir questões ligadas ao tema.”
Realizado pela FNP, em parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae), a última edição do evento reuniu mais de 9.458 participantes. De acordo com o diretor de políticas públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick, o tema do desenvolvimento não era prioridade na agenda dos municípios. “Nós atestamos essa mudança e é isso que sustenta essa parceria. O EMDS é um evento transformador na agenda do país. Ficamos felizes de ter nos antecipado a percepção da importância do tema que o evento traz e agido na construção do EMDS. Desejo enorme sucesso nesta próxima edição e vamos trabalhar duro para isso”, disse.
Representando o governo federal, o subchefe de Assuntos Federativos da Presidência da República, Olavo Noleto, aproveitou o momento para reafirmar o compromisso do Governo em manter diálogo permanente e consistente com prefeitos e com a FNP. “Em momentos difíceis é necessário manter o diálogo para construirmos projetos e alternativas para superação de crises.” Noleto destacou ainda a atuação da FNP na apresentação de alternativas ao Governo Federal com intuito de contribuir para a melhoria das políticas públicas voltadas para a população, como a realização da campanha “Cadê o Médico”? que motivou a criação do Programa Mais Médicos para o Brasil.
Em sua quarta edição, o EMDS ocorrerá em abril de 2017, na capital federal.
Parceria com a Anvisa
Com o objetivo de dar continuidade a parceria já existente entre a FNP e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi assinado o segundo termo de cooperação técnica entre as duas instituições, durante a solenidade de lançamento do IV EMDS. O intuito da parceria também é fortalecer cada vez mais ações em prol do desenvolvimento social e econômico sustentável e da inclusão produtiva com segurança sanitária nos municípios.
De acordo com o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, a parceria coroa uma série de trabalhos já desenvolvidos entre as duas entidades e irá intensificar as ações coordenadas da Agência com as secretarias estaduais e municipais, tornando-as mais efetivas. “Essa parceria possibilita mais assessoria técnica da Anvisa às prefeituras, para que as vigilâncias municipais se desenvolvam, se capacitem, se qualifiquem, atuando como indutoras e propulsoras de desenvolvimento sustentável”, disse. Barbosa reforçou ainda a importância da parceria para contribuir com a FNP para alcançar as metas nos termos de desenvolvimento sustentável em cada município brasileiro.
Na ocasião, assinaram o presidente da FNP, Marcio Lacerda, o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa e, como testemunha, a assessora de Articulação e Relações Institucionais da Anvisa, Rosilene Mendes.
O Senado Federal debateu na tarde desta quarta-feira (30) a previsão contida na Medida Provisória (MP) 691/2015, de que os municípios ficariam com a renda dos terrenos de marinha a serem vendidos pela União. O prefeito de Vitória (ES) e vice-presidente de Relações Internacionais da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Luciano Rezende, participou da audiência pública, representando a FNP.
Rezende expressou sua preocupação com a execução, da forma como está, da Medida Provisória. “Eu acho extremamente difícil, para não falar impossível, a execução dessa medida provisória. As medidas dessa MP são muito complexas e de dificílima execução no dia a dia, inclusive com alguns questionamentos que eu não encontro respostas no momento, a começar pela total impossibilidade de se criar, com segurança, um valor, ou ser justo com o cidadão que já pagou pelo terreno de marinha, até mesmo a demarcação desses terrenos, que em Vitória é extremamente caótica. Essa demarcação é que vai servir como base pra que tudo que está escrito nessa MP?”, questionou.
O prefeito lembrou que a cidade de Vitória tem 70% de seu território em terrenos de marinha e observou que há uma “chicana jurídica sem fim em todo conflito com terrenos de marinha”. “A demarcação de terrenos de marinha em Vitória criou monstros. Uma casa em uma rua é terreno de marinha, outra casa já não é terreno de marinha. Há dados concretos de pessoas que perderam terrenos em morros, onde o mar nunca bateu nem no tempo pré-histórico”, afirmou.
Participação da FNP
O senador Ricardo Ferraço (ES) sugeriu ao prefeito de Vitória, que juntamente com os prefeitos da Frente Nacional de Prefeitos, elaborassem um texto, a ser apresentado a comissão mista que está estudando a MP 691/2015, com propostas efetivas e soluções para os terrenos de marinha no país. “Vejo como essencial a participação da FNP na construção de uma proposta plausível para a questão dos terrenos de marinha. Então peço a colaboração dessa entidade que produza esse texto o mais rapidamente possível e nos apresente”, frisou o senador.
Outras destinações
Além de permitir a venda de imóveis em terrenos de marinha e estabelecer a destinação dos recursos advindos da venda, a MP 691/2015 também prevê a municipalização da gestão de praias marítimas urbanas.
O procurador do município de Florianópolis (SC), Elton Rosa Martinovsky, também participou de audiência pública na comissão mista que analisa a MP. O procurador também se mostrou preocupado com a aprovação da Medida Provisória 691/2015. “A previsão contida na MP, de que os municípios ficariam com a renda dos terrenos de marinha a serem vendidos pela União, pode não ser vantajosa, visto que o proveito econômico será pequeno diante do aumento das responsabilidades das administrações locais. Além disso, as receitas auferidas com as permissões de uso na praia passam a ser dos municípios que assinarem um termo de adesão, que trará as orientações normativas e de fiscalização”, ressaltou.
O procurador também criticou o fato de a MP prever a transferência de recursos da alienação para um fundo administrado pela União, sem considerar repasse a entidades locais. Em sua avaliação, a medida faria justiça se previsse a transferência de parte dos recursos aos municípios, além da transferência incondicionada de áreas que já estão no uso de domínio público, a exemplo de aterros construídos e mantidos pelos municípios.
Loteamentos
A secretária de Desenvolvimento de Santos (SP), Carla Guimarães Pupin, manifestou preocupação com loteamentos que dispensavam regularização fundiária, e cujos ocupantes poderão ter que pagar duas vezes pelos terrenos, sem o desconto de 25%, previsto na MP.
Estas aquisições se realizarem, pelo texto da MP, no prazo de 12 meses a partir da publicação de portaria ministerial que indicará os imóveis aptos a venda. Carla também disse não estar claro se a medida atinge os terrenos acrescidos de marinha, que se localizam no fundo dos estuários.
A Subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SAF/SRI/PR) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) promoveram, nesta segunda-feira (28), o seminário “Desafios e Possibilidades da Cooperação Descentralizada Internacional: o legado do Programa Brasil Próximo” realizando um balanço das atividades e dos resultados alcançados pelas ações do programa “Brasil Próximo” ao longo dos seus quase seis anos de duração.
O programa é uma cooperação entre os governos do Brasil e da Itália para viabilizar parcerias para o desenvolvimento local com foco em estados e municípios dos dois países. São mais de 40 cidades brasileiras envolvidas, e cinco regiões italianas: Umbria, Marche, Toscana, Emilia-Romagna e Liguria.
Além de apresentar as ações e estratégias utilizadas para a promoção do desenvolvimento local e regional, por meio do “Brasil Próximo”, o seminário socializou as práticas desenvolvidas e colocou em debate as diferentes modalidades de cooperação descentralizada praticada no Brasil.
Regiões de Fronteira
O vice-presidente de Regiões Fronteiriças da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e prefeito de Bagé (RS), Dudu Colombo, participou do Painel “O papel dos governos locais e dos diferentes atores do território”.
Na ocasião, o prefeito fez um histórico da região destacando o potencial do Pampa Gaúcho. “Temos que entender o nosso território de forma transnacional, por ser uma cidade de fronteira. O “Brasil Próximo” proporciona um aspecto excepcional para o crescimento no Pampa Gaúcho, pois trabalhamos agora em quatro eixos detectados pelo programa federal: educação (polo universitário); energia (carvão, eólica e solar); turismo e agronegócio”.
Dudu Colombo falou ainda sobre a organização do consórcio que 17 municípios do Sul estão firmando. “Nós organizamos uma articulação intermunicipal, que está em fase de tramitação nas respectivas Assembleias Legislativas, para a criação do consórcio de desenvolvimento do Pampa. O processo de articulação são oportunidades para o desenvolvimento de áreas carentes e com potencial, como o caso da fronteira Sul do Brasil”, frisou.
“Entregamos recentemente um pedido para avançarmos na legislação dos consórcios intermunicipais. Temos experiência que países podem realizar convênios bem sucedidos, de desenvolvimento do território de forma transnacional e interfronteiriça”, destacou Colombo. O prefeito falou, ainda, sobre a integração fronteiriça como eixos temáticos prioritários do plano de ação do Foro Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul (FCCR).
Desenvolvimento
Para o gerente de políticas públicas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Bruno Quick, o país não carece de recurso ou infraestrutura para garantir o desenvolvimento social. “O Brasil tem recursos financeiros e estruturais para se desenvolver, mas o que nos falta é: mobilização articulada; planejamento participativo; atuação integrada; governança compartilhada; pactuação institucional; gestão dinâmica; política efetiva e integração e formação de rede”.
Segundo Bruno Quick, o Sebrae defende uma realidade de desenvolvimento como “fluxo de convergência de esforços”. Ele também falou sobre a atuação e ações que o Sebrae disponibiliza aos municípios.
O coordenador-residente do Sistema das Nações Unidas no Brasil e representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Jorge Chediek, recebeu autoridades e representantes da sociedade civil para o hasteamento da bandeira dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS fazem parte da Agenda 2030 das Nações Unidas e foram adotados na última sexta-feira, 25 de setembro, por aclamação, pelos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
No total, são 17 objetivos e 169 metas, que complementam e aprofundam a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), cujo prazo de cumprimento se encerra oficialmente no final de 2015. Os ODS deverão abordar e incorporar, de uma forma balanceada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (ambiental, social e econômico) e suas interconexões. Deverão, além disso, levar em conta diferentes realidades nacionais, capacidades e níveis de desenvolvimento.
Jorge Chedieck falou dos compromissos que governos, sociedades e indivíduos devem assumir diante deste novo desafio para o desenvolvimento social. “Os ODS representam um novo compromisso dos países, dos governos, e da sociedade-civil para a construção de um mundo melhor. Tivemos grande sucesso no Brasil com os ODM, agora, precisamos de uma agenda que complemente os ODM, e que inclua também outras dimensões como a ambiental, da injustiça, da iniquidade, dos direitos humanos e da governança. Então, esta agenda é uma agenda não só dos governos, mas é uma agenda que precisa de um engajamento do setor privado, da sociedade civil e de todas as pessoas, individualmente, porque é uma agenda, não só moralmente importante, mas também um imperativo para a sobrevivência do planeta”.
Segundo a primeira-dama do Distrito Federal (DF), Márcia Rollemberg, participando da cerimônia de hasteamento em nome do governador Rodrigo Rollemberg, a importância principal é que a sociedade se posicione em favor dos ODS. “Temos que ser uma sociedade global e local integrada ao mesmo tempo”, frisou Márcia. A primeira dama também destacou que o governo do Distrito Federal irá se empenhar para por em práticas os novos objetivos.
Já André Oliveira, do Pacto Global das Nações Unidas, afirmou que a iniciativa privada está pronta para contribuir com os ODS. “A iniciativa privada já vem nesta conexão entre os ODM com os ODS. A grande diferença é que os ODS congregam, além dos aspectos sociais, os aspectos de clima e as questões econômicas. Isso coloca o setor privado como um importante interlocutor nesse desafio até o ano de 2030, de fazer com que os ODS se tornem uma realidade”, completou Oliveira.
Boas práticas de inclusão social de catadores de materiais recicláveis realizadas por prefeituras ou consórcios municipais podem se candidatar até 1º de novembro à terceira edição do Prêmio Cidade Pró-Catador. A iniciativa é da Fundação Banco do Brasil em conjunto com a Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR) e em parceria com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Serão quatro categorias de premiação conforme o número de habitantes no município. Os critérios para a seleção são: inclusão socioeconômica dos catadores; sustentabilidade; caráter inovador; reaplicabilidade; impacto no público-alvo; integração com outras políticas; participação da comunidade; existência de parcerias e escopo do projeto. Para concorrer, é necessário ter mais de um ano de execução do projeto.
As quatro iniciativas vencedoras - uma por categoria - vão receber da Fundação BB até RS 120 mil mediante apresentação de projeto da prefeitura, da cooperativa ou da associação de catadores.
O presidente da Fundação Banco do Brasil, José Caetano Minchillo, destaca benefícios da iniciativa tanto para gestores públicos como para catadores: “Com a premiação unimos as duas pontas: a gestão e os catadores. A iniciativa também dá visibilidade às boas práticas e promove o envolvimento do governo municipal no planejamento e na execução da política dos resíduos sólidos”.
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Sobre o Prêmio - A primeira edição do Prêmio Cidade Pró-Catador foi lançada em setembro de 2013 com o objetivo de reconhecer as iniciativas de inclusão de catadores de materiais recicláveis na gestão de resíduos sólidos dos municípios. Houve a inscrição de 63 municípios, dos quais 10 foram selecionados na primeira etapa. As vencedoras foram Arroio Grande (RS), Bonito de Santa Fé (PB), Crateús (CE) e Ourinhos (SP).
A segunda edição, em 2014, premiou municípios ou consórcios intermunicipais com projetos conjuntos com entidades de catadores. Foram mais de 80 inscrições em quatro categorias e quatro iniciativas vencedoras – Londrina (PR), Santa Cruz do Sul (RS), Manhumirim (MG) e Brazópolis (MG).
O Centro de Eventos da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), (W5, Quadra 902, Bloco C) em Brasília (DF), receberá, no próximo dia 8 de outubro, quinta-feira, prefeitos e prefeitas de todo o país para a 68ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o lançamento do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS). Para efetuar a sua inscrição basta clicar no link www.fnp.org.br/eventos, preencher os dados necessários e imprimir o seu crachá.
Plenária deliberativa – Com enfoque deliberativo, esta reunião será marcada por trazer um novo modelo da Plenária de Prefeitos. Dispostos em mesa com formato “U”, os prefeitos terão a oportunidade de ajustarem, de forma colegiada, as pautas da FNP. Os assuntos abordados na plenária serão: Pautas Prioritárias; Temas em Discussão; Pauta Institucional e Calendário Municipalista.
Programação:
8h30 às 10h - Café de Lançamento do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS);
10h às 16h30 - 1ª Plenária Deliberativa de Prefeitos (Será servido brunch no local);
16h30 – Palestra referente aos repasses do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
Acesse a pauta da ordem do dia da Plenária de Prefeitos clicando aqui.
Lançamento - Durante café da manhã para convidados, entre os quais prefeitos, ministros e imprensa, a FNP fará o lançamento do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), maior evento sobre sustentabilidade urbana do país. O lançamento da próxima edição será das 8h30 às 10h, no CNTC.
A terceira edição do evento, foi realizada de 7 a 9 de abril deste ano, contou com 9.458 participantes, entre eles 512 prefeitos, e teve como tema a “Nova governança federativa e o papel das cidades no Brasil e no mundo”. Durante os três dias de atividades foram 1507 municípios representados, 355 palestrantes e debatedores, 109 instituições nacionais e internacionais apoiadoras, 17 delegações estrangeiras dos cinco continentes. Participaram também três governadores, 15 ministros, 52 deputados e senadores e 125 vereadores. O evento teve ainda quatro Arenas de Diálogos, 13 sessões Ted-alike, 13 Salas Temáticas, a programação contemplou 28 eventos parceiros. Temáticas como Saúde Pública, Educação, Mobilidade Urbana, Resíduos Sólidos e Desenvolvimento Econômica foram abordados durante o encontro. O IV EMDS será realizado de 4 a 6 de abril de 2017, em Brasília (DF).
Alteração de data e local da Reunião Geral - Anteriormente planejada para acontecer em Belo Horizonte (MG), a 68ª Reunião Geral da FNP agora será em Brasília no dia 8 de outubro. O encontro terá caráter deliberativo, dedicado à definição de pautas prioritárias dos prefeitos.
O “Fórum Vida Urbana: reflexões sobre o futuro das cidades”, realizado em parceria da entidade com a prefeitura de Belo Horizonte, ocorrerá na capital mineira, nos dias 18 e 19 de novembro.
Serviço:
Quando: 8/10/2015 – quinta-feira – das 8h30 às 16h30
Onde: Centro de Eventos da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (W5 Sul, Quadra 902, Bloco C - Próximo ao Setor de Rádio e TV Sul), em Brasília (DF)
Outras informações: Pelo telefone (61) 3044-9826/9829 ou no e-mail: comunicaçãEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Com objetivo de possibilitar a troca de experiências para melhorar a gestão de resíduos sólidos nos municípios, a Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae) realizará o Encontro Nacional de Gestores Municipais de Resíduos Sólidos, com o tema “Resíduos Sólidos: Os Desafios da Gestão, Coleta Seletiva e Logística Reversa de Embalagens em Geral”, no dia 1º de outubro, em Brasília (DF).
O evento, que contará com a participação de especialistas no setor, gestores públicos e representantes do Governo Federal, irá discutir o acordo setorial para a logística reversa de embalagens, coleta seletiva e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Na oportunidade, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) será representada pelo coordenador do Projeto FNP – SEBRAE e ex-prefeito de Amparo (SP), Paulo Miotta.
As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas no site da Assemae.
Mais informações em www.assemae.org.br
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) apoia a realização, no próximo dia 28 de setembro, segunda-feira, do seminário “Desafios e Possibilidades da Cooperação Descentralizada Internacional: o legado do Programa Brasil Próximo”, que pretende fazer um balanço das atividades e dos resultados alcançados pelas ações do Programa “Brasil Próximo”, ao longo dos seus quase seis anos de duração.
O programa é uma cooperação entre os governos do Brasil e da Itália para viabilizar parcerias para o desenvolvimento local com foco em estados e municípios dos dois países. São mais de 40 cidades brasileiras envolvidas, e cinco regiões italianas: Umbria, Marche, Toscana, Emilia-Romagna e Liguria.
Além de apresentar as ações e estratégias utilizados para a promoção do desenvolvimento local e regional por meio do “Brasil Próximo”, o seminário vai socializar as práticas desenvolvidas e colocar em debate as diferentes modalidades de cooperação descentralizada praticada no Brasil.
São parceiros na organização deste evento a Subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SAF/SRI/PR) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). Estão ainda como apoiadores o Fórum Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Relações Internacionais (FONARI), a Associação Brasileira de Municípios (ABM) e a Confederação Nacional de Municípios (CNM).
O seminário será no Auditório do Anexo I do Palácio do Planalto, Esplanada dos Ministérios, Brasília (DF), com início previsto para 9h30 e o término às 17h. A participação é gratuita, basta enviar e-mail para: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. informando o nome completo, RG e telefone para contato.
Com a urbanização acelerada das últimas décadas, organizações internacionais tradicionais cada vez mais se abrem às cidades, discutindo os desafios futuros com os prefeitos do mundo e construindo metas a serem atingidas também pelos municípios. Esse novo cenário, no entanto, ainda tem a oportunidade de redefinir as tradicionais relações Norte-Sul, solidificadas pelos países, e transformá-las em uma nova governança local-global aos habitantes do Sul.
Principalmente desde os anos 90, as cidades sul-americanas construíram assessorias e estruturas para captarem empréstimos, desenvolverem cooperação técnica e projetarem os prefeitos nas discussões globais. Também surgiram as associações internacionais de cidades, propondo agendas com impacto direto na vida das pessoas.
Essa nova diplomacia, a das cidades, discute e formula políticas de saneamento, do lixo, de transporte, de participação popular, e desenvolvimento econômico local, se diferenciando dos grandes e distantes temas da política das nações, que por muitas vezes se perde em discussões inócuas e tratados não cumpridos, coquetéis e embaixadas grandiosas.
Hoje em dia podemos ver governos locais do Sul muito ativos, como: Montevidéu, Quilmes e Rosario, protagonistas da rede Mercocidades; Canoas, Morón e Maputo, liderando as discussões do Fórum de Autoridades Locais Periféricas; Osasco, Pergamino, e o governo de Minas Gerais, trabalhando pela integração produtiva regional; Santo André, Santos e Sorocaba, referências em Educação; Guarulhos, Vitória, Porto Alegre, Belo Horizonte, que com a Frente Nacional de Prefeitos, cooperam com cidades moçambicanas; ou ainda o Rio de Janeiro, que sediará as Olimpíadas.
Todas essas políticas, todavia, acontecem de maneira espontânea e desarticulada. Apesar de terem sido criados mecanismos institucionais de apoio à internacionalização das cidades no Brasil nos últimos anos, hoje não há nenhuma articulação consistente entre as cidades e a política externa do País. O governo brasileiro perde, assim, a oportunidade de utilizar as políticas urbanas exitosas do País como instrumentos de cooperação internacional.
Em 2003, por exemplo, foram criadas a Assessoria Especial de Assuntos Federativos e Parlamentares do Itamaraty (Afepa); a Subchefia de Assuntos Federativas da Presidência da República (SAF), que tinha entre os seus principais eixos a atuação internacional; e o Ministério das Cidades, com uma assessoria internacional nunca suficientemente fomentada.
No entanto, hoje, a Afepa acaba sendo principalmente um cerimonial internacional nos Estados. A assessoria internacional da SAF, por sua vez, foi uma importante articuladora da internacionalização das cidades até meados do primeiro governo Dilma. Ela, que chegou a promover uma plataforma de cooperação com cidades francesas e lançar editais de cooperação Sul-Sul para cidades – com apoio da Agência Brasileira de Cooperação do Itamaraty – hoje foi rebaixada internamente na sua importância política e potência administrativa.
Outro espaço de articulação das cidades no âmbito regional, criado na estrutura do Mercosul em 2004 – o Fórum Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias, e Departamentos – nunca previu o reconhecimento formal da principal rede de cidades da região (a Mercociudades) e até hoje não conseguiu envolver os estados e províncias de maneira sistemática, sem uma agenda atrativa aos entes federativos e não mobilizando orçamento para as cidades entre os programas regionais.
Financiamento municipal e valorização política
O financiamento para as ações internacionais das cidades e a valorização política dos problemas urbanos e governos locais são os nós górdios que definirão a qualidade, a autonomia e a forma como as cidades do Sul se comportarão no início desse novo milênio.
Em artigo recente na prestigiosa revista Foreign Affairs, o ex-prefeito de Nova York e multimilionário Michael Bloomberg, vê no mundo de hoje o início da era das cidades como principais atores políticos mundiais. Não por acaso, ele é um dos fundadores do C-40, organização que reúne as maiores cidades do mundo para a construção de agendas urbanas comuns (como fez com o tema ambiental na Rio+20).
A União Europeia é outra fonte de apoio da internacionalização das cidades, inclusive em iniciativas de cooperação Sul-Sul. Mesmo com a crise, ela continua a financiar projetos em cidades latino-americanas e africanas.
Pode-se citar também o apoio e interesse do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, além de diversas iniciativas de agências da ONU. O Habitat-ONU, por exemplo, terá em outubro de 2016, na cidade latino-americana de Quito, a sua terceira Conferência das Nações Unidas para Moradia e Desenvolvimento Sustentável, que definirá as novas metas globais a serem adotadas pelos países e cidades do mundo.
Até as mais antigas organizações mundiais de cidades, sediadas na Europa, também reconhecem, fortalecem e dependem dessa agenda do Norte. O mundo “tradicional”, portanto, representado pelos organismos multilaterais, bancos de desenvolvimento, fundações financiadas por grandes investidores do Norte, já reconhecem e prevêem nas cidades o futuro internacional. E grande parte dessa população estará vivendo nas cidades do Sul.
Norte a tomar
Resta às cidades do Sul escolher entre duas opções. A sua primeira é aderir aos movimentos promovidos pelo Norte, reproduzindo a hierarquia Norte-Sul consagrada pelos países, e organizar seus trabalhos rumo ao Habitat-III; ou conformar seus objetivos de acordo com o C-40; ou ainda, mais imediatamente, como forma de se legitimarem internamente, recorrerem às últimas convocatórias de projetos da União Europeia.
A segunda opção é identificar a importância histórica do atual momento. Para isso, os governos locais do Sul devem ser reconhecidos como espaços dos temas e soluções da grande maioria dos povos dos países em desenvolvimento. A diplomacia real e do futuro deverá ser essa, a que resolverá concretamente os problemas do cotidiano, majoritariamente urbanos.
Um bom começo seria a inclusão de projetos específicos para as cidades nos novos fundos do Sul, como Banco dos Brics, Banco do Sul e, regionalmente, o Fonplata e o Focem (Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul). Outro primeiro passo simbólico e imediato seria a adoção autônoma de uma agenda concreta de indicadores e metas próprias para as cidades do Mercosul. A 20ª Cúpula das Mercocidades se dará em novembro em São Paulo, uma das maiores cidades do Sul e próxima Secretaria Executiva da rede. Uma esplêndida oportunidade.
A resposta ao rumo a se tomar é soprada pelos ventos platinos que inspiram o artista uruguaio Joaquín Torres García, ao virar o continente para o nosso lado, com o Sul para cima. Segundo ele, “... na realidade nosso norte é o sul. Não deve haver norte para nós, senão por oposição a nosso Sul. Essa retificação era necessária; por isso agora sabemos onde estamos”.
*Fernando Santomauro é doutor em Relações Internacionais pelo Programa San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP), Coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura de Guarulhos e membro do GR-RI.