No contexto urbano contemporâneo, a relação entre as cidades e suas árvores tornou-se um ponto crucial de debate e ação para gestores públicos municipais. Com o crescimento das áreas urbanas e os desafios impostos pelo aquecimento global, o planejamento adequado da arborização urbana emerge como uma necessidade premente para mitigar impactos ambientais e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
No 19º episódio do Tendências para as Cidades, promovido pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), especialistas e gestores discutiram amplamente os desafios enfrentados na gestão da arborização urbana. A destruição e substituição de árvores nativas ao longo do desenvolvimento das cidades, em favor de espécies ornamentais ou adaptadas para amenizar ilhas de calor, trouxe à tona problemas estruturais que afetam desde galerias de águas até sistemas de energia.
Impactos da Urbanização: O crescimento desordenado das cidades resultou na perda significativa de árvores nativas, essenciais para a biodiversidade e equilíbrio ecológico.
Desafios Estruturais: A escolha inadequada de espécies de árvores de grande porte comprometeu infraestruturas urbanas, como galerias subterrâneas e redes de energia, gerando custos elevados de manutenção e reparo.
Adaptação às Mudanças Climáticas: Em face do aquecimento global, o papel das árvores na redução das temperaturas urbanas ganha relevância, com capacidade comprovada de reduzir até 5ºC em determinadas áreas.
Perspectivas Futuras e Soluções Propostas: Para enfrentar esses desafios, especialistas como Luciana Vanni Gatti, do CNPq, enfatizou a mudança climática e falou sobre os eventos climáticos extremos. Osmar Malaspina, falou sobre a questão de polinização focado em ecossistemas urbanos. Ele destacou a importância da educação ambiental e a pesquisa científica na escolha de espécies adequadas e no manejo sustentável. José Roberto Roloff falou sobre todo o sistema de arborização de Curitiba/PR.
“O Brasil falar em aumentar a produção de petróleo vai na contramão dos esforços mundiais para a despoluição e contra essa matriz energética”, disse Gatti.
"O debate sobre o planejamento da arborização urbana revela-se fundamental não apenas para a estética das cidades, mas também para a saúde ambiental e o bem-estar dos seus habitantes. À medida que as cidades se expandem, é imperativo que gestores e comunidades trabalhem em conjunto para criar ambientes urbanos sustentáveis, resilientes e harmoniosos com a natureza", destacou o professor Malaspina.