Frente Nacional de Prefeitos realizou debate virtual nesta terça, 19, para falar sobre impacto econômico e desafios na implementação de 5G nas cidades brasileiras
A implementação de tecnologia 5G pode gerar renda e emprego nos municípios. A constatação foi feita durante o debate “5G e o seu potencial no desenvolvimento econômico”, realizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), nesta terça-feira, 19, que abordou o potencial da tecnologia no desenvolvimento econômico nas cidades brasileiras. O evento é continuação de uma conversa realizada no dia 12 de abril sobre a implementação do 5G nas cidades, em que a entidade apresentou desafios e oportunidades de desenvolvimento dessa nova geração tecnológica. Saiba mais.
Duarte Nogueira, prefeito de Ribeirão Preto/SP e secretário-geral da FNP, comentou sobre um estudo recente que traz informações sobre reflexos da concectividade na educação, especialmente durante a pandemia. “Hoje a gente se depara com equipamentos até sofisticados nas escolas, mas sem a devida conexão com wi-fi e com a internet, e isso impede, obviamente, o papel integrador e a mola do desenvolvimento tecnológico à disposição dos jovens”, lamentou.
De acordo com o prefeito, o Brasil é um país desigual nesse quesito. “O Brasil é muito injusto e isso começa na escola, que faz com que de cada dez anos alunos que entrem no ensino básico apenas seis completem o ensino médio e somente um consiga ter proficiência satisfatória nas disciplinas. Precisamos fazer um trabalho bem grande de melhoria na conectividade, na regulação, na fiscalização para que o 5G possa prosperar mais rápido no país, e os municípios têm um papel muito importante nisso”, completou.
O prefeito de Osasco/SP, Rogério Lins, vice-presidente de Empreendedorismo da FNP, elogiou a tecnologia, que “possibilitou esse encontro virtual”. “Eu nasci na década de 1970, e nesse período, as empresas mais valiosas do mundo eram do setor alimentício, de energia. Hoje o mundo mudou, hoje são as de tecnologia, inovação. O futuro já chegou e ele veio para ficar”, destacou Lins.
Na opinião do governante, implantar 5G nos municípios é uma necessidade para gerar receita para os municípios. Ele citou o exemplo de Osasco, que hoje abriga 25% de empresas unicórnios de todo o Brasil, como são chamadas as startups que possuem avaliação de preço de mercado no valor de mais de US$ 1 bilhão.
“Estávamos virando uma cidade dormitório e entendemos esse novo movimento. Colocamos em prática uma série de implementações e atrativos para que essas empresas sentissem segurança em fazer negócios por aqui e isso gerou arrecadação e empregos. Em 2021, mesmo com a pandemia, Osasco foi a cidade que mais gerou emprego no país”, garantiu o prefeito.
Para ele, “está nas mãos de prefeitas e prefeitos esse novo desafio, de ser um agente facilitador para que possamos avançar na implementação do 5G”. “A parceria entre poder público e iniciativa privada será fundamental para que esse futuro avance da maneira mais rápida possível. Muitos negócios vão surgir na área automobilística, por exemplo, que vão gerar empregos, e as cidades que se anteciparem a isso vão atrair mais investimentos e serão mais desenvolvidas. Vamos colher excelentes frutos nos municípios, teremos uma frente imensa de oportunidades, mas ainda temos um desafio longo para ser percorrido em relação à legislação, esse é um grande desafio dos municípios para que as cidades possam avançar”, ponderou.
Além de secretários(as) e dirigentes da área, o debate contou também com a presença de Tiago Faierstein, representando a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); Carlos Lauria, da Huawei; Bruno Gemus, CEO da Jugano; e Eduardo Molina, vice-presidente de ambientes de inovação do Fórum Inova Cidades e secretário de inovação e desenvolvimento econômico de Ribeirão Preto/SP.
Foram apresentados cases em que o 5G auxiliou inclusive na iluminação pública da cidade, como em Joinville/SC, que já possui estruturação de projeto de PPP em andamento nesse setor, aliada à tecnologia.
“Essa é uma pauta essencial e urgente. Temos que olhar para fora, saber que estamos concorrendo com o mundo, não só no Brasil. Temos uma concorrência em que as empresas brasileiras podem perder eficiência diante das tecnologias já feitas por empresas do exterior. Se não tivermos o 5G, empresas brasileiras que desenvolvem soluções terão dificuldade de escalar seus produtos e estarão ameaçadas em seu desenvolvimento”, alertou Molina. “É preciso descomplicar o processo e a tramitação do licenciamento das antenas”, finalizou.
Assista aqui ao debate completo.
Parceria
A FNP possui parceria com a Radar PPP, que permite acesso gratuito à plataforma Radar de Projetos. A plataforma é o maior repositório organizado de documentos e projetos de PPP do país. Nessa quarta-feira, 20, haverá uma visita virtual guiada na plataforma. As inscrições e mais informações estão aqui.