FNP participou, nesta quinta-feira, 24, do primeiro dia da edição brasileira da maior rede de eventos ligados ao tema
Começou, nesta quinta-feira, 24, a edição brasileira da maior rede mundial de eventos ligados ao tema de cidades inteligentes, o Smart City Expo Curitiba, na capital paranaense. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) participou do congresso, discutindo as transformações nas cidades após a pandemia e como inovação e tecnologia podem auxiliar seus habitantes. Após o debate, prefeitas e prefeitos seguiram para a 82ª Reunião Geral da entidade, realizada no Parque Barigui, na parte da tarde.
Rafael Greca, prefeito anfitrião e vice-presidente de Cidades Inteligentes pela FNP, lembrou que o parque que celebra a feira foi o “pavilhão da cura” durante a parte mais crítica da pandemia. “Aqui, durante um ano e meio, vacinamos mais de 60 mil pessoas.”
O prefeito listou também as características que tornam Curitiba uma cidade mais verde e uma das sete mais inteligentes do mundo. “Nos tornamos uma cidade mais inteligente a cada ano. Além de ser a sétima do mundo, somos a terceira melhor cidade para se empreender. Costumo dizer que uma cidade boa para se visitar é uma cidade boa para seus habitantes, Curitiba é uma delícia para se viver”, elogiou o governante na abertura do Smart City.
Durante o Diálogo de Prefeitos “Liderando as cidades inteligentes: transformações da pandemia”, Gilberto Perre, secretário-executivo da FNP, mediou a discussão que focou na visão das prefeituras sobre as transformações decorrentes da pandemia de COVID-19 e como novas tecnologias aplicadas nas cidades podem beneficiar os cidadãos.
Greca citou as ações da cidade-sede do evento em relação à inovação e tecnologia e comentou que é preciso pensar nessas iniciativas com olhar para a população. “As pessoas precisam de dignidade, de programas de habitação social. Nosso país se ressente da falta dessas políticas voltadas para as pessoas, moradia, internet, mobilidade, acessibilidade. É preciso pensar cada vez mais em Wi-Fi democrática nos espaços urbanos”, opinou.
O prefeito da maior cidade brasileira, Ricardo Nunes (SP), 2º vice-presidente da FNP, compartilhou algumas visões locais. “Em uma cidade tão complexa como São Paulo, é importante falar da busca tecnológica visando o cunho social. Uma situação nos pegou de surpresa, que foi quando adquirimos tabletes e notebooks para alunos das escolas públicas, mas identificamos que muitos não tinham acesso à internet em suas casas, e aí o equipamento ficou perdido. Queremos acelerar a Lei das Antenas e simplificar esse processo. Como falar de Smart City com cidades que não têm internet ainda?”, indagou o prefeito.
Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa/PB e 1º secretário nacional da entidade, afirmou que “cidade inteligente é aquela que tem o compromisso de cuidar do que é mais importante, que é sua população. É preciso pensar numa cidade inteligente com mais eficiência e responsabilidade.” Lucena contou aos presentes que ações como Papel zero, com documentos 100% digitais, tornaram a cidade mais verde e sustentável. “Dessa forma, a população tem, inclusive, mais condições de acompanhar os processos. Nosso desejo é fazer uma cidade cada vez mais justa”, ressaltou.
Prefeito da capital maranhense e vice-presidente de Cidades Históricas da FNP, Eduardo Braide ressaltou que São Luís foi a primeira capital a vacinar a população adulta e adolescente e a aplicar a dose de reforço contra a COVID-19. “Se me perguntarem como conseguimos isso, além da ajuda incansável dos profissionais da saúde, digo que contamos com a tecnologia. Optamos também pelo não agendamento para democratizar e agilizar o processo.” Pegando o gancho da fala do prefeito de Curitiba sobre moradia, Braide revelou que casarões históricos, antes fechados à noite, vão se tornar agora moradias sociais. “Cidade inteligente só é inteligente se for sustentável e humana”, frisou.
Antes de falar sobre o Conecta Recife, aplicativo que reúne todos os serviços oferecidos pela prefeitura, João Campos, também vice-presidente de Mudanças Climáticas da Frente, se orgulhou por Recife ser uma cidade com paridade de gênero nas secretarias. “Em breve, os homens serão minoria, ainda bem”, brincou.
Na opinião do prefeito mais jovem já eleito para governar uma capital, o Brasil deveria estar no topo de rankings voltados para inovação. Sobre o aplicativo, Campos disse que “com três cliques, o cidadão tem acesso a qualquer serviço da prefeitura. Isso não tem volta. Precisamos nos digitalizar e construir pontes para serviços públicos, quem não compreende esse caminho não será compreendido pela população. Nossa meta é ser pioneira na prestação de serviços digitais”, finalizou.