22/03/22

Gestores de mobilidade urbana do Brasil, Espanha e Itália conhecem boas práticas em Curitiba

Ação foi coordenada pelo Projeto AcessoCidades, da FNP, como parte da programação do Smart City Expo

Durante esta terça-feira, 22, gestores e secretários municipais do Brasil, Itália e Espanha visitaram Curitiba/PR para conhecer boas práticas e experiências do município, cujo modelo de transporte público é referência no mundo.

Transportados em um ônibus híbrido e guiados pela equipe técnica do projeto AcessoCidades, iniciativa coordenada pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em parceria com a Confederación de Fondos de Cooperación y Solidaridad (Confocos/Espanha) e a Associazione Nazionale Comuni Italiani (ANCI/Itália) e cofinanciamento da União Europeia, o grupo conheceu uma Rua Completa, democrática e acessível a todos.

Presidente do Fórum de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, Paulo Guimarães, apresentou um panorama da programação planejada para os próximos dias. Além das visitas técnicas, o grupo participa até sexta-feira, 25, de eventos do Smart City Expo Curitiba e dos debates promovidos pelo Fórum, que acontecem amanhã, 23. “Espero que a experiencia venha íntegra para vocês”, disse o diretor de transportes da Secretaria de Urbanização de Curitiba (URBS), Aldemar Venâncio Martins Neto.

Primeira parada da visita técnica, a Rua Completa tem 300 metros. O passeio foi guiado por Rosângela Battistella, superintendente de Trânsito do município. Segundo ela, o trecho entre a Praça Osório e a Rua XV de Novembro foi o primeiro a ser fechado em Curitiba, na década de 1990. Ela comentou que, à época, foi difícil sensibilizar a população. “As pessoas foram se habituando e, agora, aceitam e aproveitam os calçadões”, disse.



Já na Rua Voluntários da Pátria o trânsito segue aberto, por ser um ponto importante de circulação, com comércio, escola, veículos de carga e descarga. “Esse alargamento do passeio e estreitamento da pista para veículos deu mais segurança para alunos e pedestres que circulam por ali ”, explicou Rosângela. Além dessa ambientação visualmente mais “limpa”, a Rua Completa de Curitiba possui vagas exclusivas para carros elétricos. Na cidade, esse tipo de automóvel tem isenção em algumas taxas.

Depois de conhecerem essa experiência, todos os participantes da atividade receberam um ingresso avulso para conhecer o sistema de transporte público de Curitiba, uma das características que fazem dela uma cidade conhecida mundialmente. A capital paranaense não possui sistema de metrô e transporta seus quase 2 milhões de habitantes apenas com ônibus. Para isso, coloca esse modal como prioridade no planejamento urbano.

Na visita técnica, o grupo fez um percurso dentro da canaleta, via exclusiva e expressa, e visitou também um dos principais terminais do transporte público da cidade, no bairro do Cabral, e a Estação Tubo Passeio Público, de onde pegaram o ônibus para conhecer um dos trechos da viagem.

O Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) foi a terceira parada do grupo pela manhã. A coordenação de projetos do ICI apresentou o projeto “Muralha digital”, que é operacionalizado no Instituto há um ano. São mais de 500 câmeras inteligentes instaladas e conectadas por um grande anel de fibra ótica, ligando, dessa forma, toda a cidade, que possui tecnologia apropriada para fazer a gestão dessas imagens. Esse sistema de monitoramento inteligente é operacionalizado pelo Centro de Controle Operacional (CCO), no ICI, gerido pela prefeitura.

Palestras
Na parte da tarde, gestores e secretários conheceram um pouco mais das experiências curitibanas. Inicialmente, a visita guiada levou o grupo ao CCO do município, dentro da URBS, para conhecer o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), ponto responsável pelo monitoramento em tempo real de todo o transporte público da capital paranaense.

Foi apresentado, ainda, o Programa de Mobilidade Sustentável de Curitiba. A proposta da iniciativa é alcançar, até 2050, a neutralidade de carbono, já que o transporte coletivo é responsável por cerca de 65% da emissão.

Rosângela Batistella compartilhou as práticas de segurança viária dentro o modelo Visão Zero, em que nenhuma morte no trânsito é aceitável. Entre 2011 e 2020, o número de ocorrências caiu 41,62% - motociclistas e ciclistas são ainda os modais mais críticos nesse cenário. Até 2030, a meta é reduzir em 50% o número de óbitos e lesões.

Ela revelou, ainda, que a chamada “Área Calma” reduziu, nos seis primeiros meses, quase 30% o número de sinistros. Segundo Rosângela, entre os desafios para os próximos anos estão mais Ruas Completas; multimodalidade; convivência harmônica dentro da mobilidade ativa; redução de velocidade nas vias urbanas; e ruas elevadas para oferecer segurança aos pedestres.

Já nos momentos finais das visitas técnicas, representantes da URBS explicaram como funciona a empresa e listaram algumas operações pelas quais são responsáveis, como serviços de transporte (escolar, comercial, aplicativos, coletivo urbano, moto frete etc.) e equipamentos urbanos, que incluem terminais de integração, rodoferroviária, estacionamentos inteligentes e Mercado Municipal, entre outros.

 

Redatoras: Jalila Arabi e Lívia Palmieri

Editora: Paula Aguiar

Última modificação em Terça, 22 de Março de 2022, 19:11
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