20/08/20

Presidente da FNP fala sobre desafios para o próximo mandato de prefeitos

Evento promovido pela Comunitas também teve participação do governador do RS, Eduardo Leite

O prefeito de Campinas/SP, Jonas Donizette, presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) participou nesta quinta-feira, 20, de um debate sobre os principais desafios para a nova geração de prefeitos. De acordo com os participantes, a construção de uma equipe e a defesa de uma agenda consistente são alguns dos pontos mais importantes para um bom mandato. Promovido pela Comunitas, o evento faz parte da Jornada para Futuros Prefeitos, curso para auxiliar futuros governantes na formulação de planos de governo.

Com a expectativa de que as cidades ganhem ainda mais protagonismo em 2021, o presidente da FNP avalia que são os municípios “o grande braço operador para fazer com que as políticas públicas cheguem às pessoas”. Nesse sentido, para o ano que vem, ele acredita que os futuros prefeitos vão enfrentar, como grande desafio, o cenário econômico e a geração de empregos. Para ele, o prefeito é o “agente político que pode trazer transformação para a realidade” da população e deve levar em conta a distribuição de renda.

Donizette aconselha candidatos a ouvirem a população e focar nas vocações da cidade. “O primeiro ano é muito importante para desenhar como será o governo e, como todo planejamento, não pode ser estático”, disse. Para o prefeito, administrar é estabelecer prioridades e entender que elas são flexíveis. “A população vai tendo suas demandas do dia a dia”, falou.

Também com experiência como ex-prefeito de Pelotas/RS, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, acredita que a eleição tem que ser a oportunidade de legitimar o que será o governo. “É muito importante trazer as pautas que vão guiar o plano de ação para o futuro mandato”, comentou. Segundo ele, o primeiro ano não pode ser estágio para aprender a governar. “É quando você semeia o que vai frutificar ao final do mandato”.

Diante do adiamento do pleito eleitoral como consequência da pandemia, os prefeitos terão um tempo menor de adaptação. “Então seria muito importante que já tivesse em mente uma equipe que vai ajudar a governar a cidade”, ponderou o presidente da FNP.

Assim como Donizette, o governador também acredita que o contexto econômico tem que estar no horizonte dos candidatos. De acordo com ele, as reformas estruturantes serão fundamentais em qualquer nível de governo. Ele defende que, por melhor que seja a situação fiscal do município, sempre haverá espaço para reduzir despesa e desperdício de gasto. “Se quiserem entregar resultados para população no final de mandato, vão ter que enfrentar os temas mais espinhosos” disse Leite que, enquanto prefeito, foi dirigente da FNP.

No que tange ao desemprego, o diretor superintendente do Sebrae/SP, Wilson Poit, fala em apostar nas “políticas-chave de desenvolvimento baseada no empreendedorismo”. Portanto, conforme ele, é importante que os novos prefeitos deem preferência para pequenas empresas da cidade nas compras públicas municipais. “É muito bom quando o dinheiro fica na própria cidade”, comentou. Segundo Poit, o Sebrae deve lançar, em breve, o “Guia dos candidatos empreendedores”, cujo conteúdo tem como objetivo ajudar na formalização e trabalhar pela inclusão produtiva.

Redator: Livia PalmieriEditor: Paula Aguiar
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