Os municípios brasileiros respondem por dois terços de todo o consumo de energia elétrica e cerca de 70% das emissões dos gases de efeito estufa no país, segundo dados do Banco Mundial. Se eles fazem parte do problema, também podem contribuir com a solução, de acordo com a discussão feita durante a última mesa de debates da Sala Temática 15, que tratou sobre a “Eficiência energética, iluminação pública e energias renováveis”.
Entre as soluções, a modernização do sistema de iluminação pública é uma das mais importantes, pois, além de economizar recursos financeiros, garante outros benefícios à população. “A gente consegue ver, com bases nos dados, o quanto isso é promissor. Essa é uma oportunidade para transformar os serviços que são ofertados na cidade por meio de um processo de agregação de valor. Quando você moderniza a iluminação, por exemplo, você garante mais segurança na sua região”, explicou o sócio-fundador da Radar PPP, Rodrigo Reis.
Segundo ele, o mercado para o setor no país é promissor. “Ele está em plena evolução. Para se ter uma ideia, os projetos voltados para o setor começaram aparecer em 2013 e, mesmo sendo recente é evidente a expansão do mercado quando vemos o tamanho da demanda no Brasil. Só para este ano, esperamos, no mínimo, 400 projetos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) voltados para a iluminação”, afirmou.
De acordo com o levantamento do Banco Mundial, a tecnologia das lâmpadas de Led traz economia de energia e de operações e pode ser uma excelente alternativa municipal. “Quando analisamos os dados, vemos a necessidade de entender quais projetos de negócios podem ser feitos pelas prefeituras. Não necessariamente a mesma solução para a iluminação vai servir para todos os municípios”, explicou o representante do Banco Mundial, Christophe de Gouvello.
Com base nisso, foram apresentados, ainda, a alguns modelos de negócios que podem ser feito pelas prefeituras, elaborados pela instituição. “Levando em consideração uma série de critérios e a análise de diversos bancos de dados, conseguimos chegar a esses modelos de negócios que podem contribuir com a gestão municipal”, ressaltou Gouvello. Entre os modelos apresentados estão a PPP Municipal, Consórcios para PPPs e Financiamento Municipal, por meio da Cosip.
Soluções inteligentes
Durante a segunda parte da mesa de debates, a Phillips mostrou algumas das tecnologias que estão sendo desenvolvidas para uma iluminação mais eficiente. Segundo o representante da empresa, Luciano Rosito, a “troca global por tecnologias mais eficientes pode gerar uma economia no consumo elétrico de 50%”.
“Não é só pensar na luz, mas em toda a tecnologia que representa o conceito de modernização, inclusive nas luminárias. A estimativa é que o mercado de iluminação pública sofra uma mudança grande nos próximos 15 meses. A ideia é que a iluminação pública seja certificada para evitar que os gestores municipais adquirem produtos de má qualidade”, pontuou.
Também participaram da Sala Temática a secretária municipal de Fazenda do Rio de Janeiro/RJ, Maria Eduarda Gouvêa Berto; o representante da presidência da República, Henrique Amarante Costa Pinto; a representante do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), Aline Kodaira; o representante do Banco Mundial, Javier Freire; e o representante da Melo Engenharia, Miguel Noronha Barbosa.
Entenda a Cosip
A Contribuição para Custeio e Iluminação Pública (Cosip) é uma cobrança facultativa a municípios e ao Distrito Federal para viabilizar os serviços de iluminação nas cidades brasileiras. Os recursos obtidos devem ser utilizados, exclusivamente, para esse fim.
Redação: Gabriella Bontempo