Dengue, Zika, Chinkungunya, Febre Amarela. O que fazer para combater essas doenças e eliminar a disseminação dos vírus no país? Essa questão foi debatida na Sala Temática “Garantia da qualidade e do acesso universal à Saúde”, no segundo dia do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), em Brasília.
Com o tema “Perspectivas no controle de endemias transmitidas por mosquitos no Brasil: Dengue, Zika, Chinkungunya, Febre Amarela”, especialistas apresentaram para os gestores municipais ações e meios eficientes para combater doenças endêmicas no Brasil. Mais duas mesas vão complementar a sala temática, que segue até amanhã, 26.
Para o responsável pela Unidade Técnica de Vigilância de Doenças Transmitidas por Vetores da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Renato Vieira Alves, o município é onde se coloca em prática as diretrizes propostas. “A troca de experiências é fundamental para calibrar o que acontece nas cidades com o que é pensado em ambientes como o dessa discussão”, disse.
Alves reforçou a importância do trabalho no combate ao mosquito transmissor. “Além das doenças que são mais conhecidas, como a dengue e o zika, outras doenças podem ser transmitidas por mosquitos, como o aedes aegypti, por exemplo, a febre amarela silvestre. Até o dia 20 deste mês, foram confirmados 681 casos em seis estados brasileiros”, explicou.
O especialista trabalha com quatro eixos principais que são: informação, inovação, integração e regionalização. “As informações são a base para traçar estratégias de controle e captar dados para analise e tomada de decisão. As inovações são importantes para as ações práticas. Integrar o setor da saúde, o poder público e a sociedade. E, por fim, a regionalização da saúde. Quanto mais nos aproximarmos das situações locais conseguiremos entender e ajudar com mais eficácia todas as regiões”, concluiu.
Segundo o doutor em medicina Tropical, Pedro Tauil, o risco de aparecimento de outras doenças, como por exemplo, a malária, é grande. “A dengue é a principal doença emergente no mundo. O aumento da infestação do aedes aegypti tem, entre outras causas, a migração rural urbana rápida e desordenada para as grandes cidades, a globalização, as trocas de mercadorias no mundo favorecem a proliferação dos vírus”, afirmou.
Tauil ressaltou a dificuldade que os governos têm de inspecionar com qualidade e a dificuldade de eliminar o mosquito. “É muito difícil assistir a todos os municípios. É preciso buscar inovações como a wolbachia (bactéria que pode bloquear a duplicação do mosquito aedes aegypti), por exemplo, manter altas coberturas de vacinação, manter o controle da proliferação dos mosquitos para que seja eficiente o combate dessas doenças”, comentou.
Estiveram, também, presentes na mesa o coordenador do Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag), Hélio Neves, o Chefe da Unidade de Regulamento Sanitário Internacional. Alerta e Respostas às Epidemias e Doenças de Veiculação Hídrica no Departamento de Emergências em Saúde da Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS), Sylvain Aldighieri, o presidente do Instituto Vital Brazil, Doutor em doenças infecciosas e parasitárias, Edimilson Migowski o representante da Oxitec, Claudio Malafaia Fernandes.
Redator: Talita Viana