Secretários, técnicos e gestores municipais participaram, na manhã desta terça-feira, 25, da segunda mesa de discussão da Sala Temática “Economia solidária para o desenvolvimento sustentável”. A atividade é parte da programação do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável e teve como foco de debate o dinamismo econômico e potencialidades locais.
“Nós continuamos tendo, no Brasil, um desafio enorme de como fortalecer as micro e pequenas empresas e as cooperativas, por meio da legislação, que permite a implementação de políticas públicas”, afirmou o diretor da Fundação Perseu Abramo e ex-presidente Nacional da CUT, Arthur Henrique da Silva Santos, ao abrir o debate.
A diretora presidente da Cooperativa Central Justa Trama e vice-presidente da Unisol Brasil (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários), Nelsa Nespolo, defendeu a implantação de redes e cadeias produtivas como estratégia de desenvolvimento. “É preciso construir empresas solidárias, independente de classe social e termos políticas de estado, políticas de governo comprometidas com a causa dos trabalhadores, porque se não temos governos comprometidos, as leis ficam no esquecimento. Na economia solidária nós exercemos a democracia. Todo mundo decide junto, todo mundo partilha. Estamos falando da emancipação do trabalhador; é onde somos todos iguais”, disse.
Para a secretária do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes da Bahia (SETRE/BA) e vice-presidente da Região Norte/Nordeste do Fórum das Secretarias do Trabalho, Olívia Santana, “é na ponta, nos municípios, que a crise se materializa, de fato. Tanto a crise, quanto as oportunidades, no sentido de reagir e também de inovar. Não tenho nenhuma dúvida sobre o caminho da economia solidária como uma perspectiva de vida mais digna para esse segmento, que é composto pela maioria da população”. Na Bahia, segundo a secretária, 13 dos 27 territórios já possuem experiências de economia solidária em empreendimentos produtivos, como cooperativas de crédito e principalmente na agricultura familiar. O estado possui 11 centros públicos de economia solidária que oferecem assistência técnica e acompanhamento para os trabalhadores.
Participaram também da mesa de discussão o professor titular no departamento de pós-graduação em economia e administração na Pontíficia Universidade Católica de São Paulo, Ladislau Dowbor; o superintendente de Economia Solidária e Cooperativismo da Setre (SETRE/BA), Milton Barbosa, e o representante da Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária, André Ferreira.
Soluções Inovadoras
A integrante da Rede de Gestores, Tatiana Reis, e a professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Ronalda Barreto, trouxeram para a Sala Temática experiências com as incubadoras públicas e universitárias, que fornecem assessoria técnica para a criação e autogestão dos empreendimentos.
Nelsa Pascolo, que também participou do debate, apresentou uma experiência da Justa Trama, uma cadeia produtiva que inicia no plantio do algodão agroecológico e vai até a comercialização de roupas feitas com o produto. A organização reúne cerca de 600 trabalhadores em empreendimentos nas cinco regiões do Brasil e é referência em economia solidária no Brasil.
A Sala temática “Economia solidária para o desenvolvimento sustentável” terá, ainda, mais duas mesas de debate e segue até amanhã, 26
Redator: Aline Dias