Ohanna Patiele

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“Este é o último mandato em que ações efetivas podem ser tomadas para cumprimento, mesmo que parcial, da Agenda 2030”, destacou o prefeito Ildo Gusmão

Um chamado urgente à ação foi a tônica da fala de Ildo Gusmão, prefeito de Francisco Morato (SP) e vice-presidente de Parcerias ODS da FNP, durante a reunião da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS), realizada em Brasília.

“Este é o último mandato em que ações efetivas podem ser tomadas para o cumprimento, mesmo que parcial, da Agenda 2030 — que não é uma proposta para um futuro distante, mas um compromisso urgente com o presente. Ela exige cooperação, liderança e visão estratégica, principalmente por parte dos municípios”, enfatizou o gestor.

Ildo participou da reunião realizada nesta quinta-feira, 26/6, promovida pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O encontro contou também com a presença de representantes de órgãos federais, da sociedade civil organizada e de municípios, com o objetivo de discutir a implementação da Agenda 2030.

Em seu discurso, Gusmão destacou a importância da mobilização dos governos locais e da territorialização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, por meio de políticas públicas integradas e orientadas por evidências. Francisco Morato aderiu recentemente ao programa “Meu Município pelos ODS”, uma iniciativa do Governo Federal que oferece apoio técnico e acesso a fontes de financiamento para as cidades brasileiras.

“Seguiremos na FNP promovendo a agenda de desenvolvimento sustentável, planejando palestras, oficinas, auxiliando na elaboração do Relatório Local Voluntário (RLV) e sensibilizando ao máximo outros municípios”, afirmou.

Agenda 2030

Criada em 2015, a Agenda 2030 é um compromisso global adotado pelos 193 estados-membros da ONU para melhoria da qualidade de vida da população aliada à preservação e conservação do planeta, promovendo a paz e a prosperidade para todos.

Foram definidos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e 169 metas globais a serem atingidos até 2030 nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, entre outros. A transformação proposta abrange todas as esferas da sociedade, seja os governos centrais e regionais, o setor privado, organizações sociais e cidadãos em geral.

O Brasil é signatário da Agenda 2030 e a Comissão Nacional para as ODS é uma das iniciativas para a articulação de todos os atores, incluindo a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos, para o cumprimento das metas.

A Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) participou de audiência pública na Comissão Especial da PEC 66/2023 na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 17/6, para defender a aprovação da alteração constitucional como medida vital para a saúde financeira dos municípios brasileiros. O prefeito de Santo André, Gilvan Souza, vice-presidente de Precatórios da Frente, foi o responsável por apresentar o pleito dos municípios aos parlamentares.

“Quem paga o precatório é morador, a moradora. A gente não está aqui discutindo mérito, mas sim meios de pagar os precatórios sem que isso prejudique o andamento das cidades. Sem que isso prejudique quem está na fila da saúde ou quem não tem um leito de UTI na cidade, a mobilidade urbana. O que a gente quer é segurança para que a gente continue investindo nas cidades e pagando os precatórios. A gente quer continuar pagando, mas de uma forma que a gente consiga manter os investimentos”, afirmou Gilvan.

Esta foi a última reunião antes da apresentação do relatório final, previsto para ser apresentado no próximo dia 1/7. O relator da matéria, deputado Baleia Rossi (MDB-SP) reiterou o compromisso do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, de votar a PEC em dois turnos antes do recesso parlamentar de julho.

A PEC 66 autoriza a renegociação das dívidas dos municípios com precatórios, com parcelamento de passivos e estabelecimento de um teto de comprometimento da Receita Corrente Líquida (RCL). Quase metade das cidades brasileiras (49%) possui dívidas com precatórios e o montante ultrapassa R$ 190 bilhões, situação que compromete a capacidade de novos investimentos e a manutenção de serviços essenciais.

A PEC ainda permite que entes locais adotem as regras previdenciárias aplicadas ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União e substitui a Selic como indexador da dívida para o IPCA, o que vai limitar o crescimento do passivo. De acordo com os índices do junho de 2025, uma dívida corrigida pelo IPCA dobraria de valor em cerca de 14 anos, enquanto que, se corrigida pela Selic, dobraria em pouco menos que 5 anos.

Posições da FNP sobre a PEC 66

  • Previdência: Retomar o texto original da PEC, suprimido na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), para permitir a aplicação imediata das regras do RPPS da União aos municípios.

  • Precatórios: Ajustar os percentuais de comprometimento da RCL entre 1% e 3%, considerando o estoque de dívidas, e permitir o enquadramento de municípios sem dívida em mora.

  • DREM: Prorrogar até 2026 a ampliação do Desconto de Receitas Estaduais e Municipais (DREM) em 50%, manter o termo “contribuições” no texto e permitir o uso de superávits de fundos municipais em áreas prioritárias como saúde, educação e ações contra mudanças climáticas.

  • A substituição da Selic pelo IPCA como indexador da dívida previdenciária dos municípios.

O prefeito de São Paulo (SP), Ricardo Nunes, vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos, participou de audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados sobre a renovação da concessão da Enel em 24 municípios do estado de São Paulo, na última terça-feira, 10.

O gestor criticou a prestação de serviços da concessionária que deixou mais de 2 milhões de paulistas sem energia elétrica por uma semana em 2024 e afirmou que o cronograma de entregas de obras na cidade de São Paulo é constantemente atrasado por demora da Enel.

“Nós estamos sofrendo há muito tempo. Eu venho discutindo com a Enel que não faz podas, que não remove árvores, que não faz a ligação de energia em conjuntos habitacionais, em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), em UBS (Unidade Básica de Saúde), em escolas e creches prontas. Centenas de ônibus elétricos estão parados porque a Enel não liga a energia. Estou trazendo aqui a dor do povo da minha cidade”, afirmou Nunes.

A discussão acontece após a aprovação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) da permissão de renovação de contratos de concessão por mais 30 anos para empresas com contratos a vencer entre 2025 e 2031. O contrato da Enel em São Paulo se encerra em 2028, mas a empresa já solicitou a antecipação da renovação.

 

O prefeito de Apucarana (PR) e vice-presidente de Assuntos Jurídicos da FNP, Rodolfo Mota, participou de audiência pública sobre a PEC 66, conhecida como a PEC dos Precatórios na última terça, dia 10/6. O prefeito de Diadema, Taka Yamaguchi, também esteve presente no Congresso. Os dois municípios lideram o ranking de maiores dívidas com precatórios no Brasil.

A FNP defende a aprovação da PEC para garantir a saúde financeira dos municípios. Aproximadamente 49% das cidades brasileiras encerraram 2023 com déficit fiscal, com uma dívida que ultrapassa os R$ 190 bilhões, uma quantia que compromete a capacidade de custear serviços essenciais e impede novos investimentos, se tornando um grande gargalo para o crescimento das cidades brasileiras.

“É uma PEC histórica, municipalista, que vai dar saúde financeira para os municípios. Mas, para ser completa, não podemos deixar de fora a renegociação das dívidas com a União, nos moldes do que aconteceu com os estados com o Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados), inclusive com a possibilidade de transferência de bens móveis e imóveis para quitação da dívida”, defendeu o prefeito Rodolfo Mota.

A PEC 66/2023 autoriza o parcelamento de precatórios municipais e o parcelamento de débitos com os regimes de previdência, com o estabelecimento de tetos proporcionais à Receita Corrente Líquida (RCL) – variando de 1% a 5%, conforme o tamanho da dívida –, a extensão das regras previdenciárias aplicadas ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União para os entes locais, e a substituição da Selic pelo IPCA como indexador da dívida previdenciária dos municípios. A aprovação dessa PEC é vista como um respiro financeiro vital para a sustentabilidade das cidades.

Posições da FNP sobre a PEC 66

  • Previdência: Retomar o texto original da PEC, suprimido na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), para permitir a aplicação imediata das regras do RPPS da União aos municípios.
  • Precatórios: Ajustar os percentuais de comprometimento da RCL entre 1% e 3%, considerando o estoque de dívidas, e permitir o enquadramento de municípios sem dívida em mora.
  • DREM: Prorrogar até 2026 a ampliação do Desconto de Receitas Estaduais e Municipais (DREM) em 50%, manter o termo “contribuições” no texto e permitir o uso de superávits de fundos municipais em áreas prioritárias como saúde, educação e ações contra mudanças climáticas.
  • A substituição da Selic pelo IPCA como indexador da dívida previdenciária dos municípios.