A capacitação de gestores da rede local de proteção de crianças e adolescentes do município do Rio de Janeiro e da área metropolitana - primeiro eixo do projeto Rio 2016: Olimpíadas dos Direitos da Criança e do Adolescente - vai receber reforços do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). O anúncio foi feito pela chefe da área de proteção contra a violência da UNICEF, Casimira Benge, durante o segundo dia do seminário de alinhamento do projeto, evento realizado nos dias 21 e 22 de março, na Associação Viva Rio, no Rio de Janeiro.
O primeiro eixo do projeto prevê a capacitação de pelo menos 480 servidores públicos e operadores de Organizações Não Governamentais (ONGs), além da articulação e sensibilização da sociedade civil. Com o apoio e a expertise da UNICEF no tema, será possível ampliar o número de gestores nos treinamentos, além da ampliação e fortalecimento de conteúdo qualificado. “Temos parcerias dos pontos de vista técnico e institucional firmadas durante a Copa do Mundo de 2014 voltadas a temas específicos incluídos no contexto de grandes eventos. Nossa ideia é identificar com a Frente Nacional de Prefeitos [FNP] e demais parceiros do projeto de que forma poderemos potencializar as iniciativas, complementar os conteúdos previstos e aumentar o número de beneficiários”, explicou.
Casimira informou que, na próxima semana, será feito um aprofundamento das discussões sobre a parceria para identificar as necessidades do projeto. A partir daí, a expectativa é economizar recursos para ampliar o número de gestores nas capacitações. “É difícil afirmar agora, mas acredito que podemos capacitar algo em torno de 100 pessoas a mais do que está previsto no projeto”, apontou.
Durante o treinamento, os participantes receberão informações sobre as principais violações de direitos de crianças e adolescentes, o fluxo de atendimento durante os jogos e a articulação da rede de proteção. A capacitação será realizada em 20 horas-aula com a divisão dos gestores em três grupos, além de uma sessão conjunta para integração e alinhamento das atividades.
Lançamento oficial
O lançamento oficial do projeto acontece nesta quarta-feira (23.03), na abertura da 69ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), às 11h, no auditório do Museu da Amanhã, também no Rio de Janeiro. O projeto é uma realização da FNP, com cofinanciamento da União Europeia (UE) e parceria da Associação Viva Rio e da organização italiana ISCOS Piemonte, além do apoio da Rede Internacional End Child Prostitution, Pornography and Trafficking (ECPAT), dos municípios do Rio de Janeiro (RJ) e de Porto Alegre (RS).
A iniciativa conta, ainda, com colaboração da rede de gestores municipais formada pelas outras cidades-sede da Copa do Mundo de 2014: Fortaleza (CE), Natal (RN), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Manaus (AM), além de municípios de médio e grande porte, como São Luís (MA) e Cariacica (ES).
Também apoiam as ações: a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SNPDCA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Childhood, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), a ECPAT Brasil, o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, o Comitê Organizador das Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016 e a Rede Mercocidades.
O foco do projeto é a proteção integral da criança e do adolescente nas Olimpíadas e Paralimpíadas 2016, uma continuidade da ação promovida para a Copa do Mundo de 2014 que, à época, tinha como meta a exploração sexual infantil. Dessa vez, as ações serão direcionadas principalmente na prevenção de cinco violações de direitos de crianças e adolescentes consideradas as mais recorrentes em grandes eventos: exploração sexual infantil; trabalho infantil; o uso de álcool e outras drogas; crianças em situação de rua; e crianças perdidas e desaparecidas.
O projeto é dividido em quatro eixos principais: capacitação da rede local de atendimento durante os jogos; capacitação de jovens voluntários para sensibilização direta em locais de grande circulação do público; desenvolvimento de uma campanha de comunicação de grande porte; e fortalecimento e ampliação da atuação da rede de gestores municipais.