20/03/25

Prefeitos mineiros reforçam pedido ao STF por revisão da distribuição do ICMS Educação

Divulgação PBH Prefeitos mineiros reforçam pedido ao STF por revisão da distribuição do ICMS Educação

Os prefeitos de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Nova Lima e Uberlândia estiveram mais uma vez no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (19), para tratar da redistribuição do ICMS Educação em Minas Gerais. O grupo se reuniu com a ministra Cármen Lúcia para atualizar os dados das perdas dos municípios com o atual critério de distribuição no repasse do ICMS Educação. Os governantes reforçaram a inconstitucionalidade da lei estadual que alterou a forma distribuição dos recursos, prejudicando mais de 100 municípios, que juntos atendem 70% dos estudantes mineiros.

A ministra informou que levará o caso ao plenário STF para ser julgado ainda neste semestre. A expectativa dos gestores é que a Corte reconheça a necessidade de ajuste na lei estadual, garantindo que os municípios com maior número de estudantes tenham acesso a recursos compatíveis com suas demandas educacionais. Com a audiência desta quarta-feira, os prefeitos de Minas Gerais seguem mobilizados para sensibilizar o STF sobre os impactos da atual distribuição do ICMS Educação.

A nova metodologia, questionada pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) e por gestores municipais, ignora o número de estudantes atendidos nas redes municipais de ensino, impactando diretamente cidades com maior população estudantil. “O que estamos pedindo aqui é justiça. Essa regra prejudica diretamente os alunos das nossas cidades, que são a grande maioria dos estudantes da rede pública de Minas Gerais”, afirmou a prefeita de Contagem, Marília Campos.

A redistribuição dos recursos tem gerado perdas significativas para municípios como Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora, Contagem e Betim. Esses municípios, que concentram grande parte dos estudantes da rede pública, deixaram de receber valores expressivos devido à nova regra. “Nós estamos falando aqui de 137 municípios, que representam 70% dos estudantes mineiros. A distribuição do ICMS precisa ser justa”, reforçou a prefeita. Em novembro de 2024, os prefeitos já haviam se reunido com a ministra Cármen Lúcia para tratar do mesmo tema (saiba mais aqui).

A FNP, na condição de amicus curiae na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7630, pede ao STF que reconheça a inconstitucionalidade do artigo 2º da lei e restabeleça um critério que contemple o número de matrículas, garantindo uma distribuição mais justa e eficiente dos recursos educacionais.

Nos memoriais apresentados à ministra Cármen Lúcia, a Frente argumenta que o modelo atual fere os princípios constitucionais da isonomia, equidade, proporcionalidade e razoabilidade. Segundo a entidade, a regra beneficia desproporcionalmente municípios menores, em detrimento daqueles que enfrentam maior demanda educacional e desafios estruturais. Além disso, a metodologia adotada vai na contramão dos objetivos da Emenda Constitucional nº 108/2020, que prevê o aprimoramento dos indicadores educacionais e uma alocação mais equitativa dos recursos.

Participaram da reunião o prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião; a prefeita de Contagem, Marília Campos; o prefeito de Betim, Heron Guimarães; o de Nova Lima e presidente da Granbel, João Marcelo Dieguez; o de Uberlândia, Paulo Sérgio; e a procuradora-geral de Contagem, Sarah Campos. Representando a FNP, participou a gerente de Assuntos Jurídicos, Ingrid Freitas.

Última modificação em Sexta, 21 de Março de 2025, 09:24
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