Em busca de informações sobre gestão de resíduos sólidos, Natasha Vasconcelos, que trabalha na Norte Amazônia, empresa exportadora de alumínio instalada em Belém (PA), apostou nesta quarta-feira (8) no Ponto de Encontro para sanar suas dúvidas. Trata-se de um espaço montado na Praça de Boas Práticas do III Encontro dos Municípios com Desenvolvimento Sustentável (EMDS), que acontece em Brasília até amanhã (9).
O local, que lembra uma praça, atraiu estudantes, pesquisadores, gestores públicos, além de prefeitos e público geral. Foram montadas dez mesas que terão encontros simultâneos ao longo desta quarta e quinta-feira. A agenda é extensa e traz discussões sobre consórcios públicos, inventário de gases de efeito estufa, economia solidária, gestão municipal, entre outros.
Segundo Natasha, a Norte Amazônia despertou para a questão social e a demanda sobre a gestão de resíduos sólidos partiu dos próprios catadores que fornecem matéria-prima para a instituição. “Vim ao encontro para saber como os empresários estão trabalhando com essa nova realidade e como está ocorrendo dentro dos municípios a gestão de resíduos sólidos”, disse. Para ela, o Ponto de Encontro, que também poderia ser chamado de praça de ideias, respondeu à altura suas necessidades. “Esse espaço foi muito produtivo para mim. Tive contato com representantes de várias entidades, tanto social quanto do empresariado e dos municípios. Cada um trocou as próprias experiências e os problemas que enfrentam no dia a dia”.
Ela participou da mesa coordenada por Luciana Lopes, consultora da Visões da Terra, que há 20 anos trabalha com o temática. Além da Natasha, o espaço atraiu representantes do Distrito Federal, Rio de Janeiro e Santa Catarina. “Aqui foi possível dialogar com diversos estados um problema que é comum”, resumiu Luciana.
A consultora destacou que a inclusão dos catadores só terá êxito se estiver apoiada num tripé. “É preciso ter uma central de triagem, a coleta separada e um sistema para orientar o descarte correto da população”, explicou. Para auxiliar os interessados sobre o tema, Luciana Lopes ainda distribuiu o livro ‘Do Lixo à Cidadania’, que mostra, principalmente, como estabelecer esse tripé sustentável. “Eventos como esse fazem com que a gente tenha espaços qualificados de distribuição”, justificou.
Na avaliação dela, com a crise econômica, o mercado de coleta seletiva sofrerá turbulências, o que exige um trabalho cada vez mais capacitado e articulado. “Material reciclado écommodities. A partir do momento que o preço do dólar sobe, o preço do material cai, principalmente o de ferro e de alumínio. Vamos enfrentar uma situação de crise”, alertou.
Ela também apontou que é um desafio da área capacitar com conceitos de administração, produção e de organização participativa pessoas que muitas vezes ainda não sabem ler e o “livro tem uma linguagem adequada para esse público”.