Em reunião articulada pela FNP, o banco falou sobre linha de crédito que disponibiliza US$ 1 bilhão para transformação digital no Brasil
Mobilizados pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), secretários e gestores municipais estiveram reunidos nesta quarta-feira, 9, para conhecer a linha de crédito do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Denominada “Brasil Mais Digital”, a iniciativa disponibiliza US$ 1 bilhão para contribuir com a transformação digital no Brasil em um prazo de dez anos (entre 2021 e 2031).
De acordo com o BID, esse mecanismo permitirá que o Brasil conte com um instrumento de financiamento estratégico para a integração e alinhamento das políticas públicas de transformação em Infraestrutura Digital; Economia Digital; Governo Digital e Fatores Habilitadores. A linha de crédito está disponível para governos municipais, estaduais – desde que tenham capacidade de pagamento (Capag A e B) – e federal e para bancos de desenvolvimento nacionais ou regionais. Acesse aqui a apresentação.
Para o especialista em mercados financeiros e infraestrutura digital Rafael Lima, não existe transformação digital sem conectividade. “Esse é um tipo de investimento que dá retorno, tanto na perspectiva econômica, como na perspectiva social”, afirmou.
Segundo o especialista líder em modernização do Estado do BID, Mariano Lafuente, somente 56% da população brasileira conhece os serviços digitais municipais. “Essa é uma oportunidade muito grande para aprimorar serviços públicos através de mais digitalização e simplificação de atendimentos”, disse.
Ainda sobre recortes, conforme Lafuente, “pessoas com mais de 60 anos de idade, que recebem menos de dois salários-mínimos por mês e com menor escolarização, estão excluídas do mundo digital”. “Trabalho para fazer e incluir todo mundo”, afirmou.
Sobre a implementação, a especialista em economia digital (competitividade, tecnologia e inovação) do BID, Vanderleia Radaelli, diz que “não é um projeto tradicional”. De acordo com ela, o desenho pode levar de seis a nove meses, mas reforça que, para a execução, é fundamental que haja uma equipe técnica fundamentada, de carreira.
“Se tem equipe que compra o projeto, porque faz sentido para a cidade onde as pessoas moram, o projeto é exitoso. Se é uma expectativa de que é um recurso de curto prazo para suprir uma demanda de curto prazo, acho que ele terá mais dificuldade de ser implementado e poderá gerar frustração”, falou.
No contexto da iniciativa, o coordenador de articulação institucional da FNP, Jeconias Júnior, comentou que a expectativa “é fazer com que a realidade das nossas cidades seja transformada e que as gestões municipais sejam fortalecidas para prestar melhores serviços públicos para a população”.
“Espero que a gente possa, como BID e FNP, capturar as dores que os municípios têm enfrentado tanto para concepção desse tipo de programa, mas também para organizar demandas e desafios que enfrentam”, concluiu Vanderleia.
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Os assuntos tratados neste texto estão localizados no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 17 - Parcerias e Meios de Implementação. Saiba mais aqui.