20/10/20

Governantes brasileiros e japoneses compartilham experiências no enfrentamento à pandemia

Em live promovida pela FNP, prefeitos das duas nações falaram sobre tecnologia, saúde e economia

Prefeitos brasileiros e japoneses discutiram nessa segunda-feira, 19, consequências da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. Medidas de proteção à saúde da população, o impacto econômico, que deve ser sentido ainda em 2021, e a aposta nas novas tecnologias foram assuntos abordados na live FNP Conectando Cidades para enfrentar a COVID-19. Promovido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em parceria com a Embaixada do Japão no Brasil, o encontro foi transmitido ao vivo na página da entidade no Facebook, assista na íntegra aqui.

“O coronavírus já deu uma arrefecida e nós estamos falando de reabertura econômica. Essa é uma situação mundial e também brasileira. Claro que isso teve impacto nas contas públicas, dos países, das prefeituras.” Foi assim que o prefeito de Uberaba/MG, Paulo Piau, abriu o debate, em busca de entendimento sobre como os japoneses lidaram com as demandas decorrentes da crise sanitária.

“O governo central do Japão destinou para diversas municipalidades um volume muito grande para o combate ao coronavírus, mas graças ao nosso Fundo de Ajuste Financeiro podemos agir antes mesmo da chegada desses recursos”, respondeu o prefeito de Hamamatsu, Yasutomo Suzuki. Em Oizumi, a estratégia foi parecida. Segundo o governante Toshiaki Murayama, o Fundo foi utilizado para apoiar a cidade, que tinha foco em produção e negócios, a partir dos principais seguimentos econômicos elencados pelo distrito de Guma, do qual Oizumi é província.

Como essa não é a realidade do Brasil, o prefeito de Guarapuava/PR, Cesar Silvestri Filho, chamou a atenção para os subsídios federais como “necessário e fundamental para os brasileiros”. “Teremos 2021 como um ano muito desafiador onde o governo central e os governos estaduais e municipais terão que manter políticas de incentivo para os setores mais afetados”, disse.

Além de ações com foco na economia, a cidade de Oizumi, buscou implementar medidas de proteção da saúde e da vida dos estrangeiros, que correspondem à 19% da população local, conforme Murayama. “O resultado disso é que atualmente temos pouquíssimos pacientes infectados com coronavírus. Agradeço porque esse fato se deve à cooperação dos brasileiros que residem aqui”, disse.

Ainda sobre medidas de enfrentamento, tanto os japoneses quanto os brasileiros puderam compartilhar experiências sobre a digitalização dos serviços e as novas tecnologias. Conforme Suzuki, a pandemia demonstrou aos japoneses que, mesmo Tóquio concentrando a maioria das funções do país, as empresas privadas e os profissionais não precisam estar estabelecidos na capital.

Para o governante, o teletrabalho e as aulas online, podem ser uma tendência. “O Japão começou a se digitalizar em uma velocidade intensa. E o coronavírus foi propulsor para a digitalização. Acreditamos que podemos mudar as cidades e a sociedade com a tecnologia da informação e com o poder do digital”, comentou.

Na avaliação de Silvestri, a digitalização dos processos também foi intensificada no Brasil pela pandemia, com a utilização de recursos tecnológicos e inovadores. Conforme ele, em Guarapuava houve incentivo à telemedicina, diagnóstico por inteligência artificial, aulas online e até ações sociais de maneira digital.

Redator: Livia PalmieriEditor: Paula Aguiar
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