Dados do o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana apontam que, após a crise do novo coronavírus, houve uma redução de 72% no número de pagantes do sistema público de transporte. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 3, para integrantes dos ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional, com o objetivo de justificar que o governo invista R$ 2,5 bilhões por mês para evitar o colapso do setor.
A proposta foi dissecada em ofício e anexo com medidas apontadas pelo setor, enviada na quinta-feira, dia 2, para o presidente Jair Bolsonaro. No documento oficial, entidades defendem o aporte para subsidiar as passagens. Leia mais.
Em resposta, o ministério da economia afirmou que “não vai haver recursos adicionais”, já que o governo tem disponibilizado um “pacote para estados e municípios que já supera R$ 100 bilhões”, conforme Caio Megale, diretor da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia. A solução, então, seria uma conjunção da redução salarial e de jornada (MP 936/2020) e uma linha de crédito especial no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Apesar da resposta que atende pouco a urgência das cidades, a secretária Nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano, Adriana Alves, afirmou que o ministério se debruçará na proposta da FNP, feita no dia 2, para, “senão chegar a esse montante [R$ 2,5 bi] integral, pelo menos nesses meses de pico, a gente vê se avança com algum aporte”.
Estudo
Com apoio da FNP, o Fórum de Mobilidade conseguiu, em menos de 24 horas, construir um levantamento com informações de 27 cidades com população acima de 500 mil habitantes. Segundo o presidente do Fórum, Rodrigo Tortoriello, secretário extraordinário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre/RS, "o recorte que abrange 65 milhões de habitantes e 65% da frota de ônibus no Brasil".
Além de uma queda de 72% no número de pagantes do sistema de transporte público, a coleta demonstra que houve, ainda, 45% de redução na frota e 72% de redução no custo de operação.