Alternativas para os próximos dez anos da gestão de transporte público no DF foram apresentadas nessa quarta-feira, 10, durante o seminário “Os desafios do Transporte Público Coletivo no Distrito Federal”. O objetivo do evento também foi debater propostas para qualificar o serviço. Na Associação Brasileira de Municípios (ABM), o encontro reuniu representantes de vários segmentos do governo, além de prestadores do serviço na capital, instituições e entidades, entre elas a Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
Segundo o secretário-executivo da ABM, Gilmar Dominici, a discussão é relevante, pois está diretamente ligada à vida das pessoas, nas cidades. “A capital federal tem que ser exemplo na questão do transporte e da mobilidade. Temos muito a avançar com reflexões importantes para fazer o enfrentamento necessário para que as mudanças aconteçam”, afirmou.
De acordo com Nazareno Stanislau Affonso, diretor-executivo do Movimento pelo Direito ao Transporte (Instituto MDT), a expectativa é promover mais seminários com essa estrutura para tratar de outros subtemas ligados à área. “Foi uma excelente oportunidade para discutir o assunto e estou satisfeito com a proporção que o seminário tomou”, disse.
A partir da abordagem “Pensar o transporte público na cidade planejada para automóvel”, o representante do Instituto Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte, Renato Boareto, apresentou um estudo sobre a evolução recente do transporte público coletivo do DF. A avaliação do período de 2007 a 2017 levou em consideração 11 temas, entre eles planejamento, operação e gestão do transporte público, além de recomendações sobre as ações necessárias para seu aprimoramento.
Agenda ambiental
Na ocasião, estiveram na pauta algumas medidas para reduzir emissões de gases de efeito estufa, como o aperfeiçoamento de tecnologia de motores e fonte de energia: biocombustíveis e energia elétrica. Segundo Boareto, essa medida é apenas uma das alternativas, mas não deve ser predominante. “É necessário estimular as cidades para políticas de desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Na opinião dele a agenda governamental é fundamental, principalmente por parte do governo federal. “É preciso estimular a ação dos governos locais e estaduais para que sejam atingidas as metas ambientais, por meio do estabelecimento de mecanismo de comando e controle, instrumentos econômicos e de incentivos”, disse.
Para a ex-diretora de Planejamento de Transporte da SPTrans, Ana Odila “não existe cidade sustentável sem transporte público”. Ela afirmou que é importante qualificar o transporte público e o serviço de ônibus contemplando, por exemplo, algumas características: frequência, regularidade, pontualidade, flexibilidade de utilização. “É necessário ter atividade no território da cidade”. Odila disse, ainda, que a má qualidade do serviço nos horários de menor demanda dificulta conquistar imagem e serviço de excelência na área.
Oficina
Após o debate, foram promovidas oficinas em busca de alternativas para melhorar e qualificar o transporte público no DF, a partir da contribuição dos próprios participantes do encontro. Quatro grupos foram organizados para discutir e apontar medidas para ser implementadas em curto, médio e longo prazo. O objetivo é consolidar um documento para que possa contribuir o governo do DF na execução dessa política pública.
O evento reuniu cerca de 70 participantes e foi promovido pelo Instituto MDT, Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF) e o Instituto de Arquitetos do Brasil. Além disso, contou com o apoio institucional da ABM, da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (Amab) e do Sistema Fibra.