Mais de mil pessoas participaram na sexta-feira, 23, em Araraquara/SP, do Seminário “Reforma do Estado, Federalismo e Democracia”. O prefeito anfitrião, Edinho Silva, vice-presidente de Economia Solidária da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), e o senador Roberto Requião estavam entre os debatedores do evento, que resultou em um documento com análise da atual conjuntura nacional.
“Ninguém mora na União, ninguém mora nas figuras jurídicas que organizam as finanças municipais. As pessoas moram nas cidades”, ressaltou o representante da FNP. Segundo ele, a crise deve dar margem para uma rediscussão do modelo federalista no que diz respeito à arrecadação e distribuição oriunda de tributos.
Edinho também contextualizou as manifestações de julho de 2013. “Naquele momento, a participação da população guiaria o Estado na formulação de uma agenda de reformas que fossem relevantes para a sociedade como um todo. No entanto, não foi esse o enfrentamento dado às manifestações, que tiveram como resposta a agenda conservadora, retrógrada e restritiva que pauta as reformas em curso, alinhada aos interesses do capital nacional e internacional”, concluiu.
Para o senador Roberto Requião, o liberalismo econômico que vem tomando o Brasil é apoiado em um tripé de precarização: do Estado, do Parlamento e, por fim, a do trabalho. De acordo com a exposição do senador, esse fenômeno “promove a perda de representatividade da classe política, que se distancia das demandas da população ao atender interesses dos financiadores privados de campanhas”.
O professor Dr. Claudio Cesar Paiva, diretor da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP - Campus de Araraquara, e o professor Dr. Angelo Del Vecchio, também participaram das discussões, além de representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e da associação Brasileira de Municípios (ABM).