Representando a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o secretário de Saúde de Campinas/SP, Cármino Antonio de Souza, falou sobre alternativas para o financiamento da saúde pública, na sexta-feira, 15, durante a segunda edição do Fórum de Debates do SUS. Realizado em São Paulo/SP pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o evento tratou sobre os efeitos do novo regime fiscal e a necessidade de se fazer uma nova reforma tributária .
Dr. Cármino destacou que, apesar da eficiência do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda faltam recursos para aprimorar o serviço. Segundo o secretário de Campinas, a Itália, que tem uma área 60 vezes menor que a do Brasil e com um terço da população, gastou, em 2016, bilhões de euros na saúde, o que representa o triplo gasto aqui.
Para o secretário, ainda há um sobreuso dos recursos da saúde. "As principais causas são a judicialização, a ultrapassada política de preços nas compras, a estrutura anacrônica da saúde de média e alta complexidade, a falta de articulação com a comunidade acadêmica por parte do governo federal e das agências reguladoras, entre outras”, explicou.
O representante da FNP destacou, também, que a política de exames gera uma sobrecarga sobre os orçamentos da saúde. “Os países com melhor cobertura de saúde possuem um sistema tributário mais simplificado do que o brasileiro. O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) na Europa é o principal exemplo disso”, concluiu.
Contribuíram com os debates, que tiveram início na quinta-feira, 14, especialistas e gestores da área da saúde.