Reunião de prefeitos de capitais e da diretoria da FNP levanta pontos para ajudar os municípios atingidos por calamidades públicas
Mais de 40 prefeitos e representantes das capitais, grandes e médias cidades brasileiras participaram de uma reunião, promovida pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), para debater pontos convergentes e propostas concretas para ajudar os municípios gaúchos atingidos pelas chuvas intensas que afligem o Rio Grande do Sul há mais de 15 dias.
De acordo com o presidente da entidade municipalista, prefeito de Aracaju/SE, Edvaldo Nogueira, a FNP proporá ao Governo Federal a instituição de uma nova forma, menos burocratizada, de transferência especial entre entes federados para o enfrentamento a desastres climáticos. Além disso, pedirá a suspensão do pagamento de precatórios, por tempo determinado, para que os municípios atingidos por esse desastre possam se recuperar financeiramente. Outra proposta levantada pelos prefeitos é uma estruturação humanitária pela FNP, com levantamento de prefeituras que queiram ajudar articulando as prefeituras que necessitam de ajuda, disponibilizando uma equipe formada por: Paula Guarido, gerente de projetos da FNP que atuará na coordenação das ações entre as cidades e a articulação com a CASD; Tatiane Jesus, consultora da FNP apoiará as ações de coordenação entre as cidades e Décio Júnior, jornalista responsável pela comunicação das ações de solidariedade.
“Procuraremos o Presidente da República para, em conjunto, estudar formas de desburocratizar o envio de recursos federais aos municípios gaúchos e também uma forma de criação de fundo para ajudar municípios atingidos por calamidades como as que estamos vendo no sul do país”, disse o presidente Edvaldo Nogueira.
Para o prefeito do Rio de Janeiro/RJ, Eduardo Paes, só há uma forma de resolver a questão: O Brasil assumir a conta do Rio Grande do Sul com uma entrada maciça de recursos. “O que precisamos é da entrada de dinheiro público. Essa conta é do Brasil. Temos que exigir, como FNP, que o Estado Brasileiro assuma a responsabilidade de pagar essa conta. Não dá para depender apenas da rede de solidariedade. É uma relação extremamente urgente. Essa conta tem que ser paga por todos nós e o Rio Grande do Sul tem que ser recuperado”, enfatizou.
Prefeito de Niterói/RJ, Axel Grael, que é presidente da Comissão Permanente da FNP – Cidades Atingidas ou Sujeitas a Desastres (CASD), informou que já está em contato com alguns municípios gaúchos. “Nós já criamos uma relação com o prefeito de Canoas/RS e São Leopoldo/RS e estamos adquirindo moto-bombas, que foi a solicitação deles nesse momento e estamos abertos a outras parcerias e formas de ajudar outros municípios”, disse.
Proporção do desastre
O prefeito de Porto Alegre/RS, Sebastião Melo, juntamente com a prefeita de Pelotas/RS, Paula Mascarenhas, o prefeito de Caxias do Sul/RS, Adilo Angelo Didomenico e o prefeito de Passo Fundo/RS, Pedro Almeida também estivem presentes na reunião e puderam passar um pouco mais da gravidade da situação.
“Estamos hoje com a água reestabelecida em quase toda a cidade, mas em alguns pontos por conta da quantidade de barro, não conseguimos ainda mensurar o tamanho total do estrago, mas tenho alguns números a apresentar: Até o momento retiramos oito mil toneladas de lixo da cidade de Porto Alegre; temos 15 mil pessoas em abrigos e supomos que mais 15 mil estão ou abrigadas em casas de amigos e parentes ou desabrigadas. Muitas dessas pessoas não têm para onde voltar e não posso permitir que elas voltem para o local onde moravam porque são áreas de risco; vamos gastar mais de R$ 100 milhões para limpar a cidade”, disse o prefeito Sebastião Melo.
Já a prefeita Paula Mascarenhas informou que a cidade está vivendo o momento mais crítico nesse exato momento. “Temos informações que a nossa situação piorará nas próximas semanas. Estamos nos preparando porque a Lagoa dos Patos tem subido gradativamente. Temos 3 mil pessoas fora de casa, 2 mil em abrigos públicos”, alertou.
O prefeito de Caxias do Sul pediu que a FNP interceda por recursos desburocratizados. “Nossa situação é emergente, precisamos de celeridade nesse processo”, disse o prefeito Adilo Angelo.
A boa notícia vem do prefeito de Passo Fundo, que se colocou à disposição de ajudar. “Estamos em condições de ajudar os nossos coirmãos porque fomos menos atingidos. Criamos um pavilhão para recebimento de doações de mais 26 mil metros quadrados. Podem enviar os donativos para o nosso centro de distribuição para ajudar nessa logística para que chegam aos irmãos do sul. Só essa madrugada chegou 26 caminhões de todo o país com donativos. Temos também o nosso aeroporto que está ativo e é atualmente o maior aeroporto do estado em operação”, salientou Pedro Almeida.
Participaram ainda os prefeitos: Victor Coelho, Cachoeiro do Itapemirim/ES; Izaias Santana, Jacareí/SP; Alvaro Dias, Natal/RN; Renata Sene, Francisco Morato/SP; Aurichio Junior, São Caetano do Sul/SP; Dario Saadi, Campinas/SP; Duarte Nogueira, Ribeirão Preto/SP; Colbert Martins, Feira de Santana/BA; Chico Brasileiro, Foz do Iguaçu/PR e representantes de outros 30 municípios e do Distrito Federal.