Axel Grael, que também é vice-presidente de ODS da FNP, falou no estande da União Europeia na COP27
A captação de recursos para iniciativas municipais de enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas foi o tema abordado pelo prefeito de Niterói/RJ, Axel Grael, vice-presidente de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), nesta quinta-feira, 10, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito. No estande do EUROCLIMA+, programa financiado pela União Europeia, o governante local destacou os avanços da de sua cidade. Na parte da tarde, o foco foi a justiça climática nos municípios brasileiros, tema abordado no Brazil Climate Hub, pavilhão da sociedade organizada.
"Se apostarmos todas as fichas no financiamento internacional, não conseguiremos avançar. Claro que esses recursos são extremamente importantes, mas é preciso buscar soluções locais. Em Niterói, já reflorestamos mais de 10 hectares só com compensação ambiental. No Caramujo, bairro que tem o menor IDH, implementamos um programa de transferência de renda atrelado a ações de redução da emissão de gases do efeito estufa", contou Grael.
O prefeito também ressaltou que, até 2050, 70% da humanidade estará morando nos centros urbanos, onde são gerados 80% do PIB mundial. As cidades, segundo ele, precisam aplicar o desenvolvimento com sustentabilidade em cada política pública, mas para isso é preciso planejamento. “As parcerias com os bancos e agências que têm linhas de financiamento verdes são importantes ferramentas para colocar em prática projetos alinhados ao desenvolvimento com sustentabilidade. O enfrentamento de emergências climáticas a nível local consiste em processo de longo prazo, com desafios e limitações. A maior parte da população mundial mora nas cidades e em nível mundial a maior parte das emissões de gases de efeito estufa vem das cidades. Por isso, os municípios têm uma responsabilidade muito grande”, disse o prefeito de Niterói.
Ainda nesta quinta-feira, o prefeito também participou de um debate sobre justiça climática nas cidades brasileiras. O painel contou, entre outros, com a secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy; a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, e o embaixador do Brasil no Egito, Antônio Patriota, ex-ministro de Relações Exteriores. "Quando chove forte, fica ainda mais fácil entender o termo 'justiça climática". Os maiores danos sempre ocorrem nas áreas mais pobres. Quando abordamos mudanças climáticas, portanto, também estamos falando de pobreza, desigualdade e racismo, daí a importância das ações sociais, como a que estamos fazendo no Caramujo", disse Axel Grael.
Com informações da Ascom da prefeitura de Niterói/RJ