11/07/22

Prefeitos discutem papel dos governos locais na implementação da Agenda 2030

Gute Garbelotto Prefeitos discutem papel dos governos locais na implementação da Agenda 2030

Debate foi proposto pelo 1º Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, atividade que integrou a Virada ODS, em São Paulo

Dirigentes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) estiveram em São Paulo/SP para o 1º Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, debatendo “o papel dos governos locais na implementação da Agenda 2030”. A atividade, promovida pelo Programa Cidades Sustentáveis, integrou a programação da Virada ODS, evento promovido pela prefeitura da capital, de 8 a 10 de julho.

A prefeita de Francisco Morato/SP, Renata Sene, vice-presidente de Parcerias em ODS da FNP, falou ao longo do painel sobre a importância das cidades na transição para o desenvolvimento sustentável. “Tivemos a oportunidade também de apresentar os desafios do nosso município na promoção do desenvolvimento sustentável pautada na qualidade de vida da nossa população”, comentou.

A governante reforçou a relevância de indicadores e relatou a experiência do município com o Plano Plurianual (PPA) participativo elaborado a partir dos ODS. “Foi um exercício de resiliência, de enfrentamento muitas vezes, mas fundamental como estratégia para a cidade”, avaliou Sene, antes de complementar: “pudemos ouvir a percepção de quem vive nas suas ruas, nos seus territórios, e quais seriam seus maiores desafios e seus medos também”, afirmou.

Edmilson Rodrigues, prefeito de Belém/PA e vice-presidente de Cultura da FNP, também participou do debate mediado por Jorge Abrahão, organizador da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis. Para Edmilson, os municípios devem assumir o protagonismo na implementação da Agenda 2030, de acordo com suas possibilidades.

“Criou-se a ideia de que a Amazônia é uma terra sem homens e mulheres e, portanto, pode ser explorada a qualquer custo, sem que os seus habitantes, ‘porque não existem’, sejam consultados sobre o que é importante para eles. É preciso desfazer essa concepção equivocada, e acima de tudo, é preciso construir um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, que beneficiem as cidades e seu povo”, falou.

Em sua participação, o prefeito também destacou iniciativas de combate à fome e a implementação da renda cidadã "Bora Belém", além da importância de ações no campo da economia solidária executadas pelo município.

Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades do Brasil (IDSC-BR)
Ainda no contexto do Fórum, o Programa Cidades Sustentáveis lançou o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades do Brasil (IDSC-BR), que reúne dados públicos e oficiais relacionados a 100 indicadores, com os quais define a pontuação em cada um dos 17 ODS, bem como a média geral da cidade. A partir desse material, o Brasil torna-se o primeiro país do mundo a monitorar a evolução dos ODS.

De acordo com o Programa Cidades Sustentáveis, entre os indicadores utilizados para avaliar os ODS estão número de mortes por homicídio de jovens; orçamento municipal em saúde per capita; percentual da população atendida com abastecimento de água; coeficiente de Gini por município; percentual da população analfabeta com 15 anos ou mais; e expectativa de vida.

Acesse aqui para baixar a base de dados completa do Índice.

Declaração de São Paulo pela "Década da Ação”

Ainda durante a Virada ODS, o prefeito Ricardo Nunes assinou a Declaração de São Paulo pela "Década da Ação". O documento, elaborado pelo Instituto Cidades Sustentáveis, é uma proposta para que as metas assumidas pelo Brasil em 2015 sejam também incorporadas pelas cidades.

Entre os compromissos:

  • Alinhar a gestão e as políticas públicas das cidades aos princípios de desenvolvimento sustentáveis orientados pela Agenda 2030;
  • Mobilizar e articular os diferentes setores envolvidos, ampliando a conscientização e o engajamento rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030;
  • Apoiar as cidades a propor meios de implementação efetivos para Agenda 2030 em seus territórios;
  • Mobilizar formadores de opinião e atores-chave para o conhecimento e difusão dos ODS;
  • Engajar o setor privado para qualificar sua atuação na incorporação dos ODS nos processos e relações de suas organizações;
  • Acompanhar os progressos das metas e indicadores da Agenda 2030 nas cidades com aprimoramento da transparência no processo de disponibilização dessas informações;
  • Ampliar e qualificar o debate público sobre o processo de implementação da Agenda 2030 e localização dos ODS nas cidades;
  • Apoiar a implementação de eventos e campanhas, como a Virada ODS, em cidades e territórios, no âmbito nacional e internacional, a fim de promover o conhecimento e difusão acerca dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Virada ODS
Com objetivo de discutir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o evento reuniu, ao longo dos três dias de programação, acadêmicos, organizações da sociedade civil e do setor privado para atividades culturais e educativas, feira de negócios, hackathon, entre outras. A iniciativa inédita foi definida pelo prefeito anfitrião, Ricardo Nunes, vice-presidente da FNP, como “um dia histórico”.

“Essa é a primeira Virada ODS aqui na cidade. Temos muito o que aprender, mas também muito a compartilhar. Coisas positivas que desenvolvemos aqui e que, num evento desse tamanho, a gente vai reverberar para outros municípios do estado, do Brasil e do mundo inteiro”, destacou o prefeito.

Durante os três dias, o evento teve como proposta popularizar a agenda de sustentabilidade, no interesse de valorização do desenvolvimento mais verde, inteligente e inclusivo. Dessa forma, abrangeu seis áreas dentre os 17 ODS: Comunicação; Inovação e Tecnologia; Desenvolvimento Econômico; Justiça; Educação e Cultura.

Última modificação em Segunda, 11 de Julho de 2022, 13:05
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