04/08/21

Procuradores gerais debatem aplicação do mínimo em educação

Posicionamento que FNP irá defender deve ser formalizado no dia 11 de agosto


Integrantes do Fórum Nacional dos Procuradores Gerais das Capitais vão reunir, durante a próxima semana, informações sobre as respectivas aplicações do mínimo constitucional em educação (2020/2021). O material será discutido na próxima semana, dia 11, em um novo encontro do grupo. Esse foi o encaminhamento da reunião desta quarta-feira, 4, e deve subsidiar o posicionamento que a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) irá defender sobre o tema.

Diante do aumento de demandas em saúde, em decorrência da pandemia ocasionada pela COVID-19, municípios representados pela entidade vêm demonstrando dificuldade em cumprir a obrigatoriedade dos 25% na educação. Desde o ano passado, com a publicação da 16ª edição do anuário Multi Cidades, que apontou uma redução de 3,8% nas despesas com educação em 2020 devido ao fechamento de escolas, prefeitos têm buscado alternativas para o fechamento das contas.

“A prioridade não seria comprar o que vamos comprar agora. Vamos fazer só para tentar atingir essa meta, o que é uma coisa bastante complicada do ponto de vista de política pública”, comentou a procuradora-geral de Diadema/SP, Débora Baptista. Segundo ela, o município tem feito planos para “conseguir dar cabo da missão” e espera que haja novas condições para as cidades aplicarem os mínimos.

Do ponto de vista constitucional, está em discussão uma proposta, como medida extraordinária para 2021 e 2022, que unifica os mínimos de saúde e educação, de maneira que possam compensar um ao outro, desde que somados acumulem 40%. “O argumento é de que no meio da pandemia aplica-se mais em saúde e, por isso, compensa na educação”, conforme explicou o secretário-executivo da FNP, Gilberto Perre. Também está na mesa uma alteração na PEC 13/2021, que retira a responsabilidade caso haja descumprimento do mínimo em educação para os anos de 2021 e 2022.

Paralelamente, como medida infraconstitucional, é possível trabalhar pela aprovação do PLS 573/2015, que altera a LDB (Lei 9394/96) com a inclusão de merenda e uniforme escolar como despesas da educação. Nesse ponto, a FNP também defende que outros itens sejam abarcados, como despesas empenhadas, liquidadas ou não; subsídio para estudantes no transporte coletivo urbano; precatórios relativos à despesa com educação; cobertura de déficit financeiro dos regimes próprios; pagamento de dívidas ao RGPS não empenhadas; e Pasep.

Para decidirem a alternativa que irão apoiar, procuradores vão se reunir, no dia 11 de agosto, com dados referentes a receitas e despesas dos respectivos municípios e formalizar um posicionamento. “Se o problema é de todos, alguém vai ter que tomar uma atitude. Não é possível que todos os prefeitos sejam penalizados por uma situação que afeta os municípios de forma geral”, concluiu a presidente do Fórum Nacional dos Procuradores Gerais das Capitais, Vanessa Volpi, procuradora-geral de Curitiba/PR.

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Os assuntos tratados neste texto estão localizados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 - Educação de Qualidade; 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes; 17 - Parcerias e Meios de Implementação. Saiba mais aqui.

Redator: Livia PalmieriEditor: Jalila Arabi
Última modificação em Quarta, 08 de Setembro de 2021, 11:35
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