FNP e parceiros são atores de nova fase da campanha Cidades Contra a COVID-19
Com o mote “conviva em segurança com o coronavírus e a vacinação”, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e os Conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) lançaram nesta sexta-feira, 26, a segunda fase da campanha Cidades Contra COVID-19. Para marcar a entrada de novos materiais na plataforma, os parceiros promoveram um webinar, mediado pela Vital Strategies, organização que financia a iniciativa, sobre “Comunicação sobre vacina e a convivência segura com o coronavírus”.
Para o presidente da FNP, Jonas Donizette, uma comunicação assertiva é fundamental, principalmente “nessa guerra de informação e desinformação”. Segundo o dirigente, que é ex-prefeito de Campinas/SP, trabalhar com informações que contribuam para a prevenção da doença é importante “para que, na ponta, as prefeituras tenham condição de atender adequadamente a população”. “Comunicação não é aquilo que falamos, é o que o outro entende. A mensagem que vai chegar até o interlocutor e como ele fará o uso é o resultado final”, falou.
Qualificação da informação também esteve no discurso do Conasems como algo relevante “nesse momento de muito embate e de viés político com relação à vacina”, conforme o diretor Hashim Hamida. Jurandi Frutoso, secretário-executivo do Conass, chamou atenção para a dificuldade de comunicar de maneira compreensiva a ponto de projetar pensamentos e promover mudança. “Precisamos ser eficientes na comunicação para conseguir adesão”, disse. Segundo Frutoso, é hora de união para “encontrar a solução para o desafio que está posto como o maior do país”.
Nesse sentido, todo material que está disponível na plataforma para ser utilizado gratuitamente pelas cidades e estados. Baseado em recomendações científicas, o conteúdo pode ser personalizado, inclusive com a própria logomarca dos entes, atendendo as necessidades do processo de vacinação e de outros programas de controle da COVID-19. “Reforçar ânimo, incentivos para comportamento seguro e orientar de forma adequada nos meses que virão agora que vamos ter acesso à vacina” são os objetivos da campanha, de acordo com o diretor-executivo da Vital Strategies, Pedro de Paula, que mediou o webinar.
Comunicação de risco e a resposta à pandemia
A vice-presidente sênior de Política Pública, Advocacy e Comunicação da Vital Strategies, Sandra Mullin, apresentou um contexto sobre boas-práticas de comunicação, reforçando que o que deve guiar respostas são evidências e dados, não a narrativa política. Mullin também orientou que as lideranças incentivem a participação da população compartilhando dilemas, principalmente sobre decisões que são difíceis de serem tomadas.
Além disso, outra prática eficaz é ter empatia com o sentimento de fadiga e desgaste, mas, ainda assim, reforçando que as medidas de prevenção precisam continuar até que ocorra a distribuição adequada de vacinas e a consequente imunidade de rebanho. “Sempre pautado na ciência, taxas de eficácia e mantendo grupos prioritários em mente para que recebam comunicação mais específica e adequada”, falou.
Ela também relembrou a falta de unidade entre os três entes federativos. “Parabenizo estados e municípios que estão tomando esse papel de liderança, que parece estar faltando no governo federal.” O ex-prefeito de Fortaleza/CE Roberto Cláudio, vice-presidente de Parcerias Estratégicas e Projetos da FNP, também falou sobre a falta de conexão interfederativa. “Carece de uma posição mais assertiva da autoridade sanitária maior, que é o próprio presidente da República e o Ministério da Saúde, em relação ao reconhecimento das fronteiras do problema e, sobretudo, do tipo de informação útil que deve chegar ao cidadão.”
Para ele, a comunicação deve ser “baseada fundamentalmente na verdade e na honestidade da informação para poder conquistar e mobilizar a comunidade para o enfrentamento de uma pandemia que tem causado, no Brasil, 250 mil mortes”.
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Os assuntos tratados neste texto estão localizados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 - Saúde e Qualidade; 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes; 17 - Parcerias e Meios de Implementação. Saiba mais aqui.