A oferta de vacina para combate à COVID-19 vai ganhando contornos de realidade e, nesta terça-feira, 22, foi a vez da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) contribuir para tentar dar celeridade a esse processo. Depois de uma nota de posicionamento divulgada no dia 9, em que os dirigentes cobraram do governo federal um plano de imunizações contra o coronavírus, o presidente da entidade, prefeito de Campinas/SP, Jonas Donizette, assinou agora um Protocolo de Intenções (ACESSE AQUI) com o Instituto Butantan.
O documento é uma espécie de parceria para facilitar a negociação de um acordo definitivo para a compra da vacina. “Estamos celebrando aqui um acordo em que dizemos sim, sim nós desejamos que o nosso povo brasileiro seja vacinado, confiamos na história do Instituto Butantan”, declarou Donizette. Ainda segundo o prefeito, é preciso reconhecer que “se por um lado tem-se um dos maiores desafios e dramas que a humanidade já enfrentou, há também a resposta do lado da ciência, talvez a mais rápida que já se teve. Muitos cérebros, muita gente pensando em busca de uma solução, e a gente sente que está muito perto disso”.
Embora defendendo a imunização para todos e em todo o território nacional, Donizette falou de prioridades. “Além dos idosos, os profissionais de saúde me preocupam muito, porque eles estão muito desgastados. Se esse foi ano difícil para todos, imaginem para quem trabalha na ponta, nos hospitais, cuidando de quem fica doente?”, questionou.
Para esse grupo, a vacinação deve mesmo se dar mais rápido. Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, será ofertado um quantitativo de 4 milhões de doses. “O nosso compromisso é com a vida das pessoas, sobretudo das mais vitimadas e aí não há dúvida que os profissionais de saúde estão na frente de batalha dessa pandemia e precisam ser vacinados o mais rapidamente possível”, disse.
O diretor voltou a falar em “plano B”, referindo-se à resistência do governo federal em comprar a vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. “Queremos que essa vacina seja ofertada a todos os brasileiros, mas depois de alguns problemas, estamos agora com um plano B, para ofertá-la diretamente aos estados e municípios”.
De acordo com o documento assinado pelas instituições, a previsão de fornecimento da vacina é janeiro de 2021. No texto, a FNP e o Butantan consideram que a vacina está em estágio avançado de desenvolvimento e os ensaios clínicos realizados no Butantan, no Brasil, mostram resultados promissores; que já foi feita oferta das vacinas que a Fundação Butantan produzirá ao Ministério da Saúde do Brasil; que a intenção primeira é efetivamente prestigiar o Programa Nacional de Imunização e o próprio SUS; e que a posse de uma vacina não só permitirá melhorar substancialmente os cuidados de vida e saúde dos habitantes do país, mas também possibilitará o pleno restabelecimento das atividades econômicas e sociais.