Na expectativa pela sanção ao PL 3364/2020, que prevê o auxílio de R$ 4 bilhões a estados e municípios para garantir a prestação de serviço de transporte público coletivo de passageiros, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) voltou a destacar a importância do aporte financeiro. “O sistema precisa de recursos extraordinários e a pandemia só agravou a situação, que já tinha como complicadores a crise econômica e o serviço prestado pelos aplicativos”, pontuou o presidente da entidade, Jonas Donizette, prefeito de Campinas/SP, durante o webinar ANTP Café.
O evento, em sua primeira edição, é promovido pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e contou também com a participação do prefeito reeleito de São José dos Campos/SP, Felício Ramuth. Com enfoque no transporte público como direito social, o governante ressaltou que passageiros de todos os locais precisam ser atendidos. “Tínhamos uma situação crítica que se agravou ainda mais com a pandemia, com uma tarifa limite. O transporte público será um grande problema para os novos prefeitos”, declarou.
Claudio Frederico, vice-Presidente da ANTP, avaliou o atual cenário para prestação do serviço como um “espiral da morte”. Na opinião do dirigente, é necessário com urgência uma política que garanta “recursos adicionais de novas fontes, estáveis e suficientes”.
Segundo estimativas de entidades do setor, divulgadas em março deste ano, seria necessário que a Secretaria do Tesouro Nacional investisse cerca de R$ 2,5 bilhões ao mês para equilibrar o sistema e enfrentar a crise. Conforme dados divulgados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), os serviços oferecidos pelos ônibus urbanos correspondem a 85,7% dos deslocamentos de pessoas no transporte urbano no Brasil.