Resultados do estudo foram apresentados em live transmitida pelo Youtube
Pesquisa “Impactos da COVID-19 nos municípios”, lançada nesta terça-feira, 6, pelo Programa Cidades Sustentáveis e pelo Ibope Inteligência, revela que praticamente sete em cada dez municípios avaliam como muito alto ou alto os impactos da pandemia nas contas públicas. Ainda segundo os resultados apresentados, a pandemia também afetou muito as ações, medidas e programas previstos e que será importante contar com as associações de municípios para retomar o desenvolvimento socioeconômico local. Acesse aqui a pesquisa na íntegra.
Na avaliação do prefeito de Campinas/SP, Jonas Donizette, presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o estudo retrata bem todas as dificuldades que os municípios têm enfrentado nesse período de COVID-19 e demonstra, ainda, o papel do governante nesse contexto. “Os prefeitos foram agentes muito importantes. O empoderamento municipal se valeu muito nesse momento e o Brasil pode compreender uma questão que pode ficar como legado dessa pandemia: quando problema é tratado no município, com uma visão local, ele tem muita mais chance de ser resolvido”, destacou.
O trabalho dos governantes para evitar o desperdício de alimentos e para ampliar a oferta de Internet também fica de herança, conforme declarou Donizette. Segundo a pesquisa, 92% dos municípios passaram a realizar aulas remotas, tanto na rede de ensino público, quanto no ensino privado, e 92% dos municípios repassaram o valor da merenda escolar ou do kit de alimentação para alunos matriculados na Rede de Ensino Pública. “Achei a pesquisa bastante realista e parabenizo pela abordagem também dos aspectos positivos, que ficam como um saldo positivo desse momento difícil que estamos passando”.
As entrevistas foram realizadas entre 27 de julho e 14 de setembro, em 302 municípios, com amostra que considera as proporções de região, porte e condição do município. A margem de erro é de 6 pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%.
Outros resultados da pesquisa
Conforme dados do estudo, de cada dez municípios avaliados, em pelo menos três as áreas mais afetadas foram a educação e a geração de renda. Esse panorama, que mostra um pouco da “fragilidade dos municípios, mostra também o esforço das prefeituras no enfrentamento à pandemia”, considerou o coordenador geral do Programa Cidades Sustentáveis e diretor presidente do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão.
Os entrevistados também responderam perguntas sobre o aumento das desigualdades, as dificuldades enfrentadas na obtenção de testes para detecção da COVID-19 e temas específicos como violência contra mulher e disponibilização de indicadores durante a pandemia.
Em uma metodologia inédita, a pesquisa apresenta o Índice das Cidades no Enfrentamento da COVID-19 (ICEC), que considera os resultados de 54 itens apurados durante a coleta dos resultados e medidas adotadas na tentativa de minimizar os impactos econômicos. De acordo com a apuração, os municípios brasileiros estão tendo uma Capacidade Média no enfrentamento da COVID-19.
Nesse contexto, é maior o número de municípios da região Sul no agrupamento de Capacidade Baixa, na comparação com as demais regiões, e praticamente metade dos municípios da região Nordeste, Norte e Centro-Oeste, os mais populosos e as capitais estão no grupo de Capacidade Alta.