14/05/20

Brasil e Coreia compartilham experiências no enfrentamento à Covid-19

Com menos de 11 mil casos confirmados do novo coronavírus e o registro de apenas 260 mortes provocadas pela doença, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, a Coreia do Sul tem se destacado no enfrentamento da Covid-19. Para conhecer mais sobre as medidas de contingenciamento implementadas pelo país, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) promoveu na noite desta quinta-feira, 14, uma live com o cônsul-geral da República da Coreia em São Paulo, Hak You Kim, e o prefeito de Cheonan, Park Sang-don. O encontro contou ainda com a participação do prefeito de Piracicaba (SP), Barjas Negri, e do vice-prefeito de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira

Na avaliação do cônsul, os bons resultados obtidos são reflexos das medidas priorizadas pelo governo central do país, que decidiu adotar a testagem, o rastreamento e o tratamento dos infectados como estratégia central no combate ao vírus. Segundo Kim, até o momento, a Coreia já realizou cerca de 700 mil testes, inciativa que viabilizou o monitoramento e os cuidados aos pacientes de modo mais ágil.

"Cada país adota uma estratégia de acordo com as possibilidades e realidade. A Coreia não quis fechar fronteiras pois vive do comércio exterior. A manutenção da circulação das pessoas e mercadorias é muito importante. Por isso, desde o início o governo se mobilizou e mobilizou setores públicos e privados para montar sua estratégia de teste massivo e rastreamento ativo, para controlar a disseminação sem confinamento dos cidadãos e nem fechamento de fronteiras. Até agora, está dando certo”, detalhou.

Para aumentar a efetividade no rastreamento, o governo local utiliza recursos como o histórico de transação do cartão de crédito, imagens de câmeras públicas e dados de GPS dos cidadãos. "Os dados pessoais são protegidos, mas as informações sobre locais de contaminação são informadas para que as pessoas que entraram em contato com pacientes confirmados da doença façam o teste”, acrescenta.

Ao compartilhar a experiência brasileira, o prefeito Barjas Negri destacou a falta de um protocolo nacional com diretrizes de enfrentamento à crise que possam nortear a atuação dos gestores. "O Brasil é um país continental com 27 estados, mais de 5 mil municípios e muita disparidade regional e, bem por isso, estamos com ausência de uma coordenação nacional, com dificuldades para fazer uma campanha unitária em relação ao combate ao coronavírus".

Para o vice-prefeito de Campinas, apesar da diferença entre os países, é possível partilhar pontos em comum com a ajuda da ciência. "Apesar de termos muitas diferenças, no sentido do desenvolvido nos nossos países, das dimensões, comparativamente Brasil e Coreia, uma coisa a gente tem em comum, em todas as nações, é a questão da ciência, que tem que estar a nosso favor".

A análise foi compartilhada pelo prefeito de Park Sang-don, que fez questão de enfatizar também que a gestão política precisa ser feita aliada às orientações médicas e administrações regionais. “É preciso haver, entre esses agentes, uma troca de informações muito próxima e também uma cooperação. Outro ponto importante é que a população siga todas as recomendações que vêm dessa organização tripartite. Aqui na Coreia acho que tivemos relativamente bons resultados porque todas essas partes, esses eixos, entraram em coordenação”, acrescenta.

Cooperação

Durante o encontro virtual, o cônsul enfatizou ainda a importância da cooperação entre os países. Recentemente, o consulado da Coreia intermediou a compra de 1,3 milhão de kits de testes para o coronavírus fabricados por uma empresa coreana para atender o Instituto Butantan. “Precisamos lembrar que nenhum de nós está seguro se o vírus continuar se espalhando em alguma parte do mundo", finalizou.

 

 

Redator: Roberta Paola

Editor: Bruna Lima

Última modificação em Quinta, 14 de Mai de 2020, 23:29
Mais nesta categoria: