O segundo dia do IV EMDS contou com a programação dos fóruns TED-alike. Durante toda esta terça-feira, 25, 13 palestrantes falaram, em cerca de 15 minutos, sobre temas e experiências inspiradoras relacionados à sustentabilidade urbana.
O primeiro palestrante dos fóruns TED-alike foi o gerente comercial da Sunew, Daniel Paixão. Ele falou sobre a geração de energia solar, como a árvore que carrega celular instalada no IV EMDS. "Fui chamado de louco por largar a área de economia e ir trabalhar com energia solar. Hoje a Sunew atua por todo o Brasil, Estados Unidos e Alemanha", destacou.
Maristela Baioni, coordenadora de Programa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), palestrou sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). "A agenda dos ODS foi construída num processo de baixo para cima, onde o Brasil teve enorme participação e traz um conjunto muito grande de desafios. Temos 17 objetivos e 169 metas para atingir até 2030. Dentre eles estão a igualdade de gênero, a melhoria da educação, a redução da pobreza e a preservação do meio ambiente para as novas gerações", contou. Para ela, o papel dos prefeitos é fundamental para o processo de integração das políticas de crescimento do Brasil.
Já o presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA), Paulo Sales, trouxe a palestra "Estava escrito nas estrelas...H2O", que contempla a crise hídrica de Brasília/DF e mostra que a água é muito mais do que uma simples questão ambiental. "A água está relacionada também à economia, as cadeias produtivas e os empregos dependem fortemente da água. Ela é também questão política, institucional, científica, sanitária, tecnológica, ligada à cultura e a psicologia", ressaltou.
Rafael Moreira, assessor da Diretoria de Administração e Finanças do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, discursou sobre o crescimento econômico no Século XXI e o papel dos serviços. De acordo com ele, o Brasil enfrenta, atualmente, a maior crise econômica já registrada em 115 anos. "A economia está mais descentralizada, os serviços são os conectores. Hoje não basta usar as tecnologias, temos que saber criá-las. Precisamos ensinar as crianças a programarem, a terem pensamento crítico para podermos crescer no século XXI", elencou.
Para tratar sobre os negócios de impactos e como eles podem ser vistos como inovação a serviço das políticas públicas, Leonardo Letelier, CEO da SITAWI e codiretor da Força Tarefa de Finanças Sociais também participou do TED-alike. "Com a experiência da SITAWI podemos ver que é possível investir em várias áreas como saúde, educação, moradia e com isso melhorar a situação das políticas públicas", disse.
Luis Gómez, diretor internacional Smart City Expo World Congress, de Barcelona, contou sobre sua experiência com mobilidade nas cidades. "A mobilidade tem sido um grande problema atualmente e influencia muito na economia e na qualidade de vida nas cidades. Temos que pensar que há mais de uma solução, como as bicicletas, os transportes coletivos de massa, a exemplo do metrô, e como caminhar. Temos que entender que não há nenhum prefeito ou político que pode resolver esse problema sozinho. Nós temos que mudar nossas atitudes também", simplificou.
Na segunda etapa de fóruns TED-alike, que começou às 14 horas desta terça, 24, Nelton Miguel Friedrich, criador do Programa Cultivando Água Boa da Itaipu, retomou o tema da crise hídrica com um enfoque mundial e a agenda 2030. "Para realizar a agenda 2030 precisamos de governança consciente. Precisamos mudar o estilo de vida e ser mais sustentáveis. Estamos em um ponto em que a mudança é mais do que necessária. Ou muda ou muda", afirmou.
Trazendo o tema "Inovação digital para criarmos cidades do futuro", Marcelo Minutti, professor do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), falou sobre a hiperconexão dos cidadãos. "Em média o brasileiro gasta quatro horas por dia olhando para o celular. Esse cenário tem que ser levado em conta pelos gestores municipais. Quando a gente pensa num mundo hiperconectado a gente pode assimilar a vida multidimensional das pessoas. Você está num fim de semana em casa e a sua vida profissional pipoca na tela do celular. A tecnologia tem que ser vista como uma aliada hoje em dia", informou.
Já Marcos Woortmann, administrador regional do Lago Norte de Brasília, tratou sobre sustentabilidade e cidadania. Ele levantou a importância de se plantar árvores. "A possibilidade de uma criança que foi incentivada a plantar uma árvore ser, no futuro, alguém engajado com a sustentabilidade é grande. E precisamos urgentemente de pessoas assim. Plante árvores, crie cidadãos", disse.
Luis Antonio Lindau, diretor do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, encarregado de falar sobre o futuro do transporte coletivo convidou a plateia a fazer uma viagem ao tempo e mostrou os tipos de transportes desde o século XVI até os protótipos de veículos futurísticos. "É muito importante a gente pensar o transporte como um todo. Todos esses novos modelos que apareceram agora poderiam ser utilizados em conjunto para atender, por exemplo, as periferias", ressaltou.
E mais do que uma inspiração, Hugo Parisi, atleta olímpico de saltos ornamentais, foi uma motivação para a plateia dos fóruns TED-alike. Com mais de 300 competições, quatro olimpíadas e 13 anos de carreira, ele falou dos desafios da profissão. "A primeira coisa que a gente aprende no esporte é que se a gente quiser alguma coisa temos que fazer por merecer. Nada é fácil e perder faz parte. O que uma derrota te ensina não é mesmo que a vitória. Às vezes a vitória disfarça o erro, a derrota mostra o que é preciso fazer para melhorar", destacou.
E o diretor de políticas públicas do Uber Brasil, Daniel Mangabeira, também colocou em voga o futuro da mobilidade urbana. "Com o aplicativo da Uber pudemos observar, ao longo dos anos, que a tecnologia impactava e ajudava muito na mobilidade urbana. As pessoas passaram a deixar seu carro em casa e utilizar outro meio de transporte porque confiam e têm praticidade, acessibilidade, rapidez", informou.
Para encerrar a sessão de TED-alike, Tarcisio Pinto, urbanista e responsável por planos de resíduos em consórcios públicos e municipais, mostrou novos métodos para compostagem eficiente e rápida. "Para melhorar a situação dos aterros sanitários, seguindo a linha do IV EMDS, que propõe 'Reinventar o financiamento e a governança das cidades', nós precisamos reinventar as formas de compostagem", elencou.
Redação: Tássia Navarro