“É urgente estruturar os mecanismos de financiamento previstos no Acordo de Paris. Há uma necessidade urgente de os países desenvolvidos entenderem não só como vender, mas como transferir tecnologia para países em desenvolvimento e pobres”, falou o prefeito de Belo Horizonte/MG, Marcio Lacerda, presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em sua palestra no Fórum “Parcerias para o Financiamento de Territórios Resilientes”, nessa segunda-feira, 14, em Marrakech (Marrocos). O Fórum faz parte da "Cúpula do Clima para Líderes Locais e Regionais", que ocorre no âmbito da 22ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 22), que teve início no dia 7 de novembro e segue até sexta-feira, 18.
A importância de o governo federal dar protagonismo aos municípios em discussões de assuntos estruturais, como o financiamento da resiliência a nível local foi abordada pelo prefeito, que participou como palestrante a convite da Associação de Regiões de Marrocos (ARM). “O financiamento das ações necessárias para aumentar a resiliência climática é crucial para os governos locais nos países em desenvolvimento, principalmente devido à vulnerabilidade preexistente dos territórios e aos limites orçamentários muito estreitos”, disse.
Na ocasião, Lacerda também falou sobre a importância da FNP na articulação para a revisão do pacto federativo. “Como uma federação, nós temos 27 estados e 5500 governos municipais. Quanto aos municípios, 400 têm mais de oitenta mil habitantes, que representam 60% da população e 75% do PIB brasileiro. Este universo é onde a FNP atua”, disse.
COP 22
Com o principal objetivo de regulamentar o Acordo de Paris, concluído no fim do ano passado, durante a COP 21, representantes de mais de 190 países definirão, durante o evento, os detalhes do acordo mundial, que tem como desafio frear o aquecimento do planeta. Além do Acordo de Paris, estarão em pauta na COP 22 o uso de energias renováveis