Mesmo com esse reconhecimento internacional, as ações propositivas ainda são esporádicas e pouco efetivas. Se de um lado temos o resultado prático da manifestação americana de 1969, que culminou com a criação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e dos atos do Ar Limpo, Água Limpa e das Espécies Ameaçadas, de outro, temos no Brasil iniciativas bem intencionadas, mas avulsas.
Como temos convicção de que são nas cidades que as modificações e os resultados podem ser mais efetivos, nós, prefeitos e prefeitas brasileiros, estamos trabalhando por mais e melhores resultados na proteção do meio ambiente e da biodiversidade. São ações como a participação no encontro com o Papa Francisco, em junho do ano passado, que reconheceu e influenciou o papel dos governantes locais na COP 21, em dezembro, em Paris. A partir do convite do Papa, as cidades obtiveram mais importância no enfrentamento às mudanças climáticas e tiveram seu papel direto nas ações reconhecido.
Na Frente Nacional de Prefeitos (FNP), esse assunto tem relevância em diversas ações, como, por exemplo, no maior evento sobre sustentabilidade urbana do país, o Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), que terá sua quarta edição em abril de 2017, em Brasília/DF. Durante as discussões do EMDS temos a possibilidade de esmiuçar temas e conhecer boas iniciativas de proteção e recuperação do meio ambiente. Ainda, tratamos do desenvolvimento local sustentável, da mobilidade urbana, da saúde, educação, porque sabemos que todos esses temas estão relacionados com a vida nas cidades.
Com o EMDS, a FNP convoca os prefeitos e gestores locais ao engajamento nas políticas sustentáveis, alinhando-se a um esforço de redes internacionais de governos locais como CGLU (Rede Mundial Cidades e Governos Locais Unidos), ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade) e C40 (Cities Climate Leadership Group) e iniciativas como Compact of Mayors e Bloomberg Philanthropies que promovem constantes debates para sensibilizar, estimular e aprimorar políticas de enfrentamento às mudanças climáticas.
É assim, compartilhando boas práticas, trocando informações e trabalhando efetivamente para melhorar a vida nas cidades, aliando ações de desenvolvimento com sustentabilidade econômica, social e ambiental, que pretendemos trabalhar para avançar nas questões de proteção da Terra.
* Artigo publicado originalmente no site Envolverde: Jornalismo e Sustentabilidade dia 22/04/2016