12/02/15

Modelo a toda terra

Artigo publicado originalmente no jornal Zero Hora.

A mobilidade é o grande desafio para a região metropolitana de Porto Alegre. Com 33 municípios, somos uma megacidade com mais de 4 milhões de habitantes, a quarta região metropolitana do Brasil, a 10ª da América Latina e a 77º do mundo.

O desenvolvimento exige, cada vez mais, o deslocamento de pessoas e a circulação de mercadorias em uma região conturbada como a nossa. Vivemos, durante os últimos anos, os gargalos da BR-116, com perdas anuais de R$ 800 milhões com os constantes engarrafamentos e acidentes. A construção da BR-448, pelos governos Lula e Dilma, representou um passo importante. Em menos de 10 anos, no entanto, a nova rodovia estará estrangulada.

Devemos buscar soluções de fôlego e políticas de Estado que transcendam os governos e seus mandatos. É necessária uma pactuação com todas as prefeituras das cidades metropolitanas e da Capital, junto com os governos estadual e federal.

Entendo que é preciso investir em três projetos estruturantes. Primeiro, a viabilização de um anel viário metropolitano, interligando todas as rodovias existentes. Para que isso aconteça, temos que construir a RS-010 e finalizar a duplicação de toda a RS-118. Isso só é possível com uma PPP (parceria público-privada). Depois de vários governos, a nova estrada continua no papel e a duplicação da existente ainda é um sonho distante.

A segunda medida é a implantação do bilhete único, integrando todos os modais existentes e dando aos usuários do transporte coletivo mais comodidade, economia e segurança. A exemplo do que acontece em São Paulo e em outras regiões metropolitanas no mundo, a integração, no nosso caso com ônibus, trensurb e catamarã, representa um grande benefício para a população da Grande Porto Alegre.

A terceira medida é a garantia dos investimentos em um transporte coletivo de qualidade, com a concretização dos projetos do metrô em Porto Alegre, do aeromóvel em Canoas e dos corredores em oito cidades da Região Metropolitana.

Para que esses três projetos transformem-se em realidade é preciso união e superação de eventuais querelas partidárias. A eterna disputa entre chimangos e maragatos continua a dividir o Rio Grande. Não podemos permitir que o imobilismo, o preconceito e a disputa política continuem atrasando o progresso de nosso Estado. É hora de produzirmos novas façanhas que sirvam de modelo a toda terra.

Jairo Jorge
Jairo Jorge

Canoas/RS

Vice-presidente para Reforma Federativa

Última modificação em Quarta, 22 de Julho de 2015, 10:03
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