*José Roberto R. Afonso - O Brasil é o segundo entre os grandes países em que os cientistas se acham menos considerados e ouvidos pelos formuladores de políticas em meio à pandemia.1 Não há uma estratégia para seu enfrentamento. Por outro lado, isso não deveria ser pretexto para se apostar em qualquer reforma ou medida, esperando que o acaso a torne útil.
A pandemia da Covid-19 está longe de acabar. Quando se observa o número de novos óbitos provocados pela doença, é fácil notar a nova onda de contágio que varre Europa e Estados Unidos e já parece ameaçar o Brasil – vide gráfico.
Seus impactos na economia e na sociedade são tão profundos que resultarão em um novo normal. A crise pandêmica vai além ao dificultar as medidas governamentais e reformas voltadas para a recuperação, porque em muito de nossas vidas e negócios não voltaremos ao que éramos. Trocar o retrovisor pelo olhar para o futuro, mas com ações no presente, seria a forma mais consistente de desenhar uma estratégia de reconstrução econômica e social.
Uma certeza do novo normal exige intensificar a digitalização drástica de nossas vidas e negócios, o que, por sua vez, demanda políticas de fomento à inovação e ao empreendedorismo e ações dos governos para se modernizarem como o setor privado.2 O Brasil ainda precisa fazer um acerto com seu passado e recuperar o atraso na infraestrutura básica, desde transportes a comunicações.
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*José Roberto R. Afonso é economista, professor do IDP e pesquisador do CAPP/Universidade de Lisboa
Artigo originalmente publicado na Revista Conjuntura Econômica de dezembro 2020