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09/01/23

Reunião Histórica - FNP participa de encontro com Lula sobre ataques terroristas

Presidente da associação de municípios, Edvaldo Nogueira, e o vice-presidente de Cultura, Edmilson Rodrigues, representaram prefeitas e prefeitos brasileiros na reunião com governadores

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) teve acento em reunião histórica com governadores, procurador-geral, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira, 9. Após os ataques contra o estado democrático de direito, registrados no domingo, 8, a associação de municípios, representada pelos prefeitos Edvaldo Nogueira (Aracaju/SE, presidente) e Edmilson Rodrigues (Belém/PA, vice-presidente de Cultura), foi convidada ao diálogo federativo de construção de medidas para o enfrentamento dos atos terroristas.

“Quero agradecer a vocês, porque esse gesto de vocês é uma demonstração de que aqui nesse país é possível tudo. É possível discordar, é possível fazer passeata, é possível fazer greve. A única coisa que não é possível é querer acabar com a nossa incipiente democracia, que tanto sofreu já com o golpe da presidenta Dilma”, declarou o presidente Lula.

Ele ainda afirmou que não vai permitir “que a democracia escape das nossas mãos, porque ela é a única chance de a gente garantir a esse povo humilde, que vive na periferia, dormindo na rua, consiga o direito de comer três vezes por dia ou consiga o direito de trabalhar, é a única razão pela qual voltei a ser presidente da república”, falou.

Segundo Edvaldo Nogueira, a federação esteve reunida para “falar bem alto ao povo brasileiro que não vamos aceitar ataques nem o fim da nossa democracia”. “A democracia é o que nos une, foi construída no nosso país com muito sangue, suor e lágrimas e não podemos deixar que a democracia acabe por qualquer motivo”, defendeu.

O presidente da FNP também falou sobre a nota de posicionamento que a associação de municípios aprovou e divulgou algumas horas antes, na qual defende “investigação e punição rigorosa dos participantes, financiadores e incentivadores” do vandalismo praticado contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília. “Ao repudiar com veemência as depredações e invasões, os governantes locais reafirmam a permanente disposição em atuar e colaborar pela manutenção da ordem nos seus municípios”, ainda conforme a manifestação. Leia na íntegra aqui.

“Todos têm uma causa inegociável que nos une, a democracia. E isso é que motiva que todos nós estejamos aqui. Estejamos aqui não para defender ideias ou pensamentos de direita ou de esquerda, mas acima de tudo para que possamos defender a democracia do nosso país, as instituições do nosso país”, destacou o governador do Pará, Helder Barbalho. Em nome do Fórum Nacional de Governadores, ele falou sobre o “desejo de todos os estados de um pacto federativo forte e pujante”, coadunando com a expectativa da FNP pela retomada do diálogo entre governantes locais, estaduais e o presidente da República na tomada de decisões de interesse da nação.

Os atos golpistas, terroristas e as cenas de vandalismo de depredação ao patrimônio público, histórico e cultural, foram rechaçadas pelos participantes. “Nosso prédio histórico foi, no seu interior, praticamente destruído, em especial o nosso plenário e essa simbologia a mim entristeceu de uma maneira enorme, mas quero assegurar a todos que vamos reconstruí-lo e no dia 1º de fevereiro daremos início ao ano judiciário como se impõe ao poder Judiciário independente e guardião, no caso do STF, da nossa Constituição Federal”, falou a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber.

O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, também falou em “união federativa” na demonstração para a população brasileira “que as instituições não pararão”. Segundo o procurador-geral da República, Augusto Aras, o Ministério Público vai “buscar responsabilização dos culpados, não só na reparação dos danos, mas também nas penas restritivas de liberdade para ato tão torpe que é atacar a democracia naquilo que lhe é mais caro, o consenso social, a busca pelo consenso social e sua legitimidade”.