Imprimir esta página
27/04/17

Gestores e especialistas debatem benefícios da implementação da agenda urbana nos municípios

A discussão de uma agenda global, como a Agenda 2030, pode parecer distante para algumas realidades, no entanto, desconstruir esse pensamento foi um dos objetivos do debate “Benefícios da implementação da Agenda 2030 no município”. Promovido nesta quinta-feira, 27, a mesa buscou a reflexão do processo de territorialização da Agenda 2030 e apresentou uma oportunidade de promover o desenvolvimento territorial sustentável e a formação cidadã.

De acordo com o representante da Secretaria de Governo (SEGOV/PR), Claudio Ribeiro, a Agenda 2030 acima de ser um compromisso é uma grande oportunidade de se exercitar planejamento, trabalhando políticas integradas. “Para que a agenda seja viabilizada é fundamental o envolvimento dos atores locais para que os programas, políticas e ações tenham eficiência”, ponderou.

Para Ribeiro é necessário criar comissões municipais e estaduais para saber o que esta acontecendo nos territórios, quais são as dificuldades, fortalecer as parcerias institucionais e a troca de experiências. “Essas comissões tem a obrigação de trazer para a realidade local. O que é prioridade pra localidade, município e ajustar as metas”, explica.

Segundo o analista de planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Leandro Couto, é primordial trazer o território para a construção das políticas públicas. “Trazer a participação social se torna mais concreta quando a gente desce para o território.” Outra estratégia para viabilizar a agenda, segundo Couto, seria a elaboração de planejamento territorial. “É preciso que as múltiplas escalas se conversem. É fundamental que cada município tenha sua estratégia”.

Na concepção do coordenador do projeto Grow Smarter, Mika Hakosalo, que descreveu os exemplos da cidade de Estocolmo, na Suécia, a ideia é dar possibilidades a pessoas para a cidade não envolver apenas a economia, mas a sustentabilidade. “Estamos trazendo as pessoas para a cidade”.

Para o representante da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Gilmar Dominici, a implementação da agenda não será uma tarefa fácil. “Os prefeitos precisam se engajar, caso contrário não alcançaremos a agenda. O grande desafio é criar as condições para capacitar esses gestores e priorizar os municípios que já estão avançando na agenda”, ponderou.

De acordo com uma pesquisa do Ibope, sobre o conhecimento das pessoas acerca dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), revelou que 38% já ouviram falar nas ODS, mas não sabem o que é, e 49% não sabem o que é e nem do que se trata.

Para Ribeiro a construção da agenda é maior do que qualquer governo; é uma agenda da sociedade. “Os benefícios serão muitos. A agenda disponibilizará programas e projetos articulados, acesso a financiamento e o gestor acaba tendo um ganho no capital político. Estamos de certa forma ajudando a romper os paradigmas. A agenda é positiva e é uma oportunidade para os municípios. Temos que tentar visualizar um futuro melhor”, finaliza.

O debate contou, ainda, com a participação da prefeita de Lauro de Freitas/BA, Moema Gramacho; da representante da Caixa Econômica Federal, Laura Macedo; e da oficial de Programas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ieva Lazareviviute, que atuou como moderadora.