27/09/17

São Paulo inaugura primeira Rua Completa após projeto firmado no IV EMDS

Victor Moriyama/WRI Brasil Ainda este ano, as outras 10 cidades que desenvolvem projetos de Ruas Completas receberão suporte técnico Ainda este ano, as outras 10 cidades que desenvolvem projetos de Ruas Completas receberão suporte técnico

Paulistanos já podem vivenciar uma proposta diferente no cenário urbano. Agora, a via Joel Carlos Borges tem características de uma Rua Completa, com mais segurança e acessibilidade. Inaugurada no domingo, 24, a via da capital paulista foi primeira a sair do papel entre as 11 cidades da Rede Nacional para a Mobilidade de Baixo Carbono, projeto promovido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e WRI Brasil.

Conforme explicou o secretário de mobilidade e transportes de São Paulo, Sergio Avelleda, a rua é mais utilizada por pedestres e as adaptações foram feitas pensando nisso. “O carro não foi abolido, não gerará nenhum engarrafamento, nem transtorno para quem dirige, mas vai melhorar muito a vida para quem é pedestre”, disse.

Segundo a coordenadora de Mobilidade Ativa do WRI Brasil, Paula Santos, o espaço de uma Rua Completa precisa ser confortável, seguro e interessante para as pessoas que caminham. “A vocação dessa rua é proporcionar a melhor experiência para a enorme quantidade de pessoas que circula a pé”, completou.

Durante este ano, o WRI Brasil fornecerá suporte técnico para as outras 10 cidades desenvolverem projetos de ruas completas que priorizem tanto o transporte ativo como o coletivo. “Compete à prefeitura olhar para a rua não como um espaço exclusivo de carros, mas como um espaço público que precisa ser melhor utilizado”, concluiu Avelleda.

A rua
A via dá acesso à estação de metrô Berrini, no Brooklin, e, no horário de pico da manhã, entre 7h e 8h, transitam cerca de 1800 pessoas a pé e apenas 67 veículos. As alterações no desenho da rua fizeram com que ela se tornasse mais adequada à circulação dos pedestres.

Requalificada, a Rua Joel Carlos Borges está mais bem sinalizada, com balizadores, placas e outros, além de incluir mobiliário urbano e vasos de plantas. As calçadas, antes estreitas e em más condições, agora ganharam mais 3,5 metros de largura (1,5 metro de um lado e 2 metros do outro), proporcionando maior conforto e segurança para quem caminha.

O trânsito de carros, agora, é apenas em um sentido e ganhou pequenos desvios, chamados de chicanas, uma solução técnica para ajudar a garantir que o novo limite de velocidade de 20 km/h seja respeitado. De acordo com o WRI, análises realizadas pelo Departamento de Transportes do Reino Unido sobre o uso de chicanas como solução de moderação de tráfego indicam uma redução de acidentes com feridos de 54% e a diminuição na gravidade dos acidentes.

As esquinas com a Avenida das Nações Unidas e a Rua Sansão Alves dos Santos também foram ampliadas com mais espaço de calçadas. Essa medida reduz a distância da travessia para os pedestres e faz com que eles sejam mais facilmente reconhecidos pelos motoristas, impondo aos motoristas uma diminuição da velocidade no momento da conversão e oferecendo proteção às pessoas. O WRI aponta que evidências de cidades latino-americanas mostram que a probabilidade de ocorrer um atropelamento aumenta em 6% para cada metro a mais de distância em uma travessia de pedestres.

Com o trabalho conjunto da Prefeitura de São Paulo, WRI Brasil, FNP, Urb-i e Bloomberg Initiative for Global Road Safety e a empresa Indutil, a requalificação da rua em São Paulo foi feita em pouco tempo e com base em materiais como tinta, sinalização vertical e mobiliário urbano, uma forma de permitir que as pessoas possam vivenciar a nova estrutura antes que sejam feitos investimentos maiores.

Redator: Livia PalmieriEditor: Paula AguiarFonte: WRI
Última modificação em Sexta, 08 de Novembro de 2019, 16:22
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